O ator de 37 anos, que interpreta o padre na novela “Golpe de Sorte”, foi esta quinta-feira ao “O Programa da Cristina”, para pedir desculpas pelo seu comportamento numa altura em que, ao lado de Joana Santos, protagonizava a novela ‘Vidas Opostas’.
“Estou aqui para pedir desculpas ao Francisco, o CEO da SIC, porque falhei com ele“, foi assim que Diogo Amaral começou por justificar a sua presença no programa das manhãs.
“Estou muito nervoso porque quando me convidaram para vir aqui não havia nenhuma razão, então pensei que ia aproveitar para libertar uma coisa que quero libertar há muito tempo”, passou por explicar.
“Sinto que tenho que pedir desculpas ao Francisco, fui contratado por ele para o projeto incrível que tinha na altura e falhei muito com ele, e falhei com mais pessoas, porque tinha um problema relacionado com adições durante sete meses da minha vida, basicamente quando comecei a trabalhar aqui. Fugia da realidade em que estava, e usava. Estamos a falar de droga”.
O ator admitiu que já tinha experimentado drogas antes, “de forma recreativa, mas naquela altura começou a ser um problema para mim”.
Diogo consegue perceber qual foi “a raiz” para ter enveredado pelas drogas. “A raiz do problema não é o foco. A raiz é porque fiquei chateado com o meu pai durante muito tempo, e sei lá… estavam a acontecer outras coisas em que queres fugir da realidade e é o caminho mais fácil”.
“Não acho justo estar a falar disto sobre o meu pai que não merece, ele é espetacular, o problema foi da minha responsabilidade”.
“Só estou a fazer isto porque tenho de fazer um pedido de desculpas público ao Francisco… e à Joana Santos. Portei-me muito mal e até se calhar é prematuro estar a falar disto. Está a fazer um ano em que eu não uso nada“, sublinhou emocionado.
“Está a fazer um ano que fui acabar com a Jessica, porque ela não merecia estar a levar com uma coisa destas e fui ter com um amigo meu, irmão de coração, o Ljumobir, e disse-lhe: ‘Preciso que arranjes uma clínica e só posso ir agora porque ia estrear um filme cuja estreia não queria falhar’”.
“Faço isto para não ser o coitadinho… Eu não devo nada a ninguém mas chateia-me sentir que desconfiam de mim constantemente. É lixado recuperar a confiança. É normal, mas é o caminho que tenho de fazer. Sou acompanhado. Tenho um terapeuta e um sponser espetacular. Estão sempre lá…“.
“É o programa dos 12 passos, que é muito conhecido. Foi isso que tive a fazer nessa clínica. Passamos o dia a fazer terapias específicas“. “Eu não tomei nada. O tratamento não te ensina a não usar, mas a perceber porque usas“, explicou.
“Fiz coisas terríveis… tu fazes coisas terríveis. E eu menti à Jessica, menti a tanta gente… conseguia fingir que estava tudo bem. Não usava quando estava a trabalhar nem quando estava com o meu filho, mas arranjava maneira de por o meu filho na casa da minha mãe para usar… Mas sou um sortudo do caraças. Tive a sorte de passar por isto tudo. Estive numa clínica na Escócia, que é o planeta dos horrores. É um hospital, tiram-te o telemóvel, revistam-te todos os dias, é horrível. Aquilo que eu vi ali, faz-me não querer voltar ali“, revelou.
“Só tem de depender de ti, mas é um perigo… isto é prematuro o que estou a fazer, ainda não fez um ano“.
Diogo também se retratou com Vera Kolodzig, a mãe do seu filho mais velho: “Também pedir desculpa à Vera, também menti tanto…“.
“Mais dois ou três meses e acabava com tudo, perdia o trabalho, perdia o meu filho, a Jessica, ia perder tudo, a confiança e o respeito das pessoas“, reconheceu.
“Pode ser uma boa história para muitas pessoas. Eu menti a mim, passei 7 meses a mentir e ninguém sabia”, assumiu, fazendo a apresentadora chorar por ver tanta verdade na coragem do ator. “Acho de uma grandeza tão grande aquilo que estás a fazer hoje que me surpreende e emociona“, enalteceu Cristina Ferreira.
“Estou cheio de medo”, admitiu Diogo, mas, “vou sair daqui feliz por causa disto. Estraguei o dia à minha mãe de certeza, ela não sabia. Só disse à Jessica“.
“Nunca fui tão honesto num programa de televisão”.