Foi a 1 de maio 2019 que o mundo ficou chocado com a notícia de que o guarda-redes do F.C.Porto tinha sofrido um enfarte do miocárdio, durante um treino. Seguiram-se dias de internamento, num momento que ditou o fim de carreira de Iker Casillas.
Aos 37 anos, Casillas era o esteio principal dos azuis e brancos. Na baliza, o craque espanhol impunha respeito, transmitindo segurança aos colegas e também aos adeptos que, ainda hoje, o adoram.
Atleta desde sempre e com uma vida regrada, San Iker, como ‘nuestros hermanos’ há muito o titulam, foi traído pelo coração ironicamente no Dia do Trabalhador. Foi submetido a um cateterismo e, cinco dias depois, teve alta, regressando à casa da Foz.
“Passaram uns dias, isto pode acontecer a qualquer pessoa, calhou-me a mim. Cá estamos. É difícil falar, mas tenho de estar agradecido, tive muita sorte. Tenho de agradecer a toda a gente que me apoiou, senti-me querido por todos“, confessou, na altura, à saída do hospital.
Ainda a recuperar e com ordem para repousar, aos jornalistas, Iker Casillas assumiu não saber como iria ser o seu futuro. “Mas o mais importante é estar aqui e poder dizer como me sinto”, acrescentou.
Mais recentemente, num direto no Instagram, contou que, após o ataque cardíaco, esteve “triste durante cerca de um mês”. “Tinha medo de andar, dormir, de fazer qualquer esforço físico. Era impossível”, relatou, notando que toma “muitos medicamentos” que o fazem sentir bem.
Para muitos e até para o próprio, havia uma réstia de esperança que voltasse a jogar, mas tal não aconteceu. Casillas nunca ditou oficialmente o fim da carreira, no entanto anunciou já a candidatura à Federação Espanhola de Futebol.
Qualquer que seja o amanhã, é no Porto que se mantém com a mulher, Sara Carbonero, e os filhos, Martín e Lucas, revelando-se totalmente rendido à cidade onde chegou há quase cinco anos e que, para ele, é “ideal para passar o confinamento”.
E, foi a olhar para o Rio Douro, que Iker Casillas, às primeiras horas desta sexta-feira, partilhou que, “assim, sem dar conta, passou um ano”. “Não sou dos que olha o caminho percorrido. Não costumo gabar-me das coisas que correram bem, mas estou feliz por ter superado um grande obstáculo na minha vida. Sinceramente, foi emocionante. Teve terror, drama e algumas doses de ficção científica. E, claro, humor”, escreveu no Instagram.
Ao guião, faltam ainda capítulos até porque continua inscrito na Liga e o campeonato regressa a 30 de maio, a tempo de o guardião calçar as luvas nem que seja para um minuto de consagração em jeito de despedida.
Até lá, celebra mais um aniversário a 20 de maio e terá muitos passeios planeados pela Invicta na companhia da família, pois foram 365 dias duros. Ainda mal refeito do enfarte, viu a mulher, Sara, ser diagnosticada com um cancro do ovário, que também parece superado.