O recinto do Santuário de Fátima costuma reunir milhares de peregrinos todos os anos a 13 de maio, mas desta vez a Igreja incentivou os devotos expressassem a sua fé em casa. Com ritos tradicionais mas sem peregrinos, começou da forma mais inédita de sempre, com uma procissão mais curta, marcações no chão e cadeiras afastadas.
A tradicional procissão das velas na noite anterior contou com uma reformada, um estudante e um funcionário do santuário na representação dos milhares de peregrinos que terça-feira tiveram de assistir à distância à procissão por causa do surto de Covid-19. Mil velas foram colocadas no recinto, “a lembrar todos os peregrinos, os vivos e também os defuntos que foram vítimas da pandemia”, referiu o cardeal António Marto, bispo de Leiria-Fátima.
O recinto do Santuário de Fátima esteve vazio, mas lá coube o mundo inteiro, em especial o Papa Francisco e os que estão na linha da frente da luta contra a pandemia, disse o cardeal D. António Marto. Foi a primeira vez em mais de 100 anos que as celebrações de Fátima tiveram lugar sem a presença de fiéis.
Sem lenços brancos, as celebrações terminaram com a tradicional Procissão do Adeus.
“Mãe querida, queremos agradecer-te esta peregrinação interior, a luz, a esperança, a consolação e a paz de Cristo que levas às nossas casas. Hoje fazes tu o caminho da ida; o caminho da volta fá-lo-emos nós quando superarmos esta ameaça que no-lo impede. Voltaremos: é a nossa confiança e nosso compromisso. Voltaremos juntos aqui, em ação de graças, para te cantar: “aqui vimos, mãe querida, consagrar-te o nosso amor!’“, prometeu D António em nome de todos os fiéis.
