O poema de Pedro Homem de Mello que a cada mês de agosto se ouve pelas ruas de Viana do Castelo, marcando todos os dias as Festas d’Agonia, abriu esta quarta-feira o programa oficial da Romaria de 2020, mas agora pela voz e arte de 48 músicos, cantores profissionais e amadores, do fado ao hip-hop, que se juntaram para fazer história.
Imortalizado na voz de Amália Rodrigues desde 1969, o poema “Havemos de ir a Viana”, musicado por Alain Oulman, há muito que se tornou num símbolo da festa, mas cujos versos não vão ecoar este ano pela cidade, cantados como habitualmente pelos milhares de pessoas que sempre assistem aos desfiles e cortejos.
Numa edição das Festas d’Agonia para sentir à distância, devido à pandemia de covid-19, a Comissão de Festas deixou em segredo esta novidade para, precisamente, abrir o programa, divulgando o videoclipe através das redes sociais da Romaria.
Durante vários dias, 48 músicos, cantores profissionais e amadores, de Viana do Castelo e não só, do fado ao hip-hop, passando pelo rock e pelo jazz, aceitaram o desafio da Comissão de Festas e ajudaram a fazer história ao regravar o poema “Havemos de ir a Viana”, cada um com o seu estilo, numa fusão memorável que retrata o que sempre foi sentir e viver esta festa, mesmo que em moldes diferentes em 2020.
“O ‘Havemos de ir a Viana’ é um símbolo das Festas d’Agonia e é cantado pelas pessoas, de forma natural e genuína, durante a Romaria, a qualquer hora e em qualquer lugar. Nada melhor que, num ano tão difícil para todos nós, em que vamos sentir a festa à distância, eternizar um dos seus expoentes maiores de uma forma que nunca tinha sido feita antes”, explicou António Cruz, presidente da Comissão de Festas da Senhora d’Agonia.
O videoclipe lançado esta quarta-feira nas redes sociais da Romaria é o primeiro momento da festa de 2020, que será apenas realizada com números e momentos transmitidos e recordados através da Internet.
“São artistas, profissionais e amadores, de diferentes estilos musicais, que se encontraram para deixar uma marca na história da nossa cultura. E deixaram desta forma um registo para sempre, eternizando um tema, um poema, que há muito que é nosso, mas utilizando um pouco de cada cultura musical que existe em Viana do Castelo”, acrescentou António Cruz.
Entre 19 e 23 de agosto, as Festas d’Agonia vão ser sentidas em formato digital, através do site oficial, das redes sociais, mas também através da rádio e da televisão. Cada um dos principais quadros das Festas será assinalado através de um vídeo divulgado no site oficial das Festas d’Agonia de 2020, que apesar de acontecer sem a presença física das muitas centenas de milhares de festeiros que se deslocam a Viana do Castelo nos dias da festa, ano após ano, vai chegar aos quatro cantos do mundo através da internet.
A devoção à Senhora d’Agonia iniciou-se em 1751, com a entrada da imagem na Capela do Bom Jesus. Em 1783 a Sagrada Congregação dos Ritos concedeu faculdade e licença para todos os anos se celebrar nesta capela, no dia 20 de agosto, uma Missa Solene, data que a cidade de Viana elegeu como Feriado Municipal. Veja o videoclipe: