O guarda-redes Iker Casillas confirmou, esta terça-feira, 4 de agosto, o fim da sua carreira profissional como jogador, deixando vários agradecimentos numa carta emocionante na qual confessa que ‘chegou a hora de dizer adeus‘.
“Olá a todos. Hoje é um dos dias mais importantes e, ao mesmo tempo, difíceis da minha vida desportiva: chegou a hora de dizer adeus“, começou por escrever o guarda-redes de 39 anos, que não joga desde maio de 2019, altura em que sofreu um enfarte num treino do FC Porto.
“A minha jornada no mundo do futebol começou há 30 anos, foi uma longa jornada e, como toda a jornada, teve momentos bons e menos bons, alegrias, mas também tristezas. Neste ponto da minha vida, e com perspectiva, posso dizer sem dúvida que valeu a pena“, reconheceu, na carta publicada nas redes sociais, com os símbolos do Real Madrdid, FC Porto e da Federação Espanhola de Futebol.
Numa retrospetiva da sua carreira, Casillas lembrou os jogos nos pelados da sua terra, que o levaram mais tarde a “jogar nos mais importantes estádios do mundo“, realçando o Santiago Bernabéu e o Estádio do Dragão.
Iker Casillas agradeceu à família pelos sacrifícios que fizeram e que lhe permitiram realizar os seus sonhos. “A minha esposa e meus filhos, Martín e Lucas, obrigado por todo o apoio, por todas as horas que não pude passar ao seu lado nesta última jornada da minha vida esportiva. Obrigado por me entender e por me incentivar a aproveitar esta vida que Eu escolhi. Sem dúvida, ao seu lado, tudo é mais fácil“. E agradeceu aos seus clubes. Em primeiro lugar ao Real Madrid, no qual jogou 16 anos na equipa principal e “ao FC Porto, por me acolher como um filho, por me ensinar a ver as coisas de outro ângulo, por me dar a oportunidade de conhecer bem um clube e uma cidade pelos quais me apaixonei e sempre levarei no coração“.
Considerando-se um “afortunado” por tudo o que conseguiu, não “só aos títulos, mas também à parte humana“, o antigo guarda-redes agradeceu ainda, entre outros, aos presidentes dos clubes, aos companheiros de equipa, aos treinadores, aos adeptos, aos rivais e aos selecionadores.
“Mas, sobretudo, obrigado ao futebol, por me permitir fazer parte dele, por ser um desporto maravilhoso, por me permitir viver uma vida cheia de paixão e emoções, por me dar momentos de felicidade, por me fazer crescer como desportista e como pessoa, por me dar a oportunidade de conhecer e compartilhar momentos com tantas e tantas pessoas incríveis. Em suma, obrigado por me dar tudo“, mencionou.
No entanto assegura que este não é “um ponto final, a viagem não acaba aqui“.
“Hoje, deixo para trás os três ferros que me viram crescer como guarda-redes, os que em todos os momentos me colocaram no meu lugar e me obrigaram a manter os pés no chão, esses três ferros a quem tanto devo e que seguramente me vão fazer falta. E ali também vos deixarei a vocês, minhas fiéis aliadas, ali deixarei as luvas“, concluiu.
Recorde-se que Iker Casillas conquistou, entre outros troféus, cinco ligas espanholas, três Ligas dos Campeões, duas Supertaças europeias e um Mundial de clubes, e, pela seleção espanhola, foi duas vezes campeão da Europa e venceu o Mundial de 2010.
No FC Porto, foi uma vez campeão português e venceu a Supertaça Cândido Oliveira.