O artista, de 75 anos, terminou esta quarta-feira, 23 de fevereiro, os tratamentos de mais uma batalha contra o cancro.
Foram oito meses no total, entre quimioterapia e radioterapia, mas tudo está a correr bem e Marco Paulo tem todos os motivos para estar feliz. “Eu só estou triste porque não canto“, assumiu na grande entrevista que concedeu à SIC, mostrando-se cheio de vontade de voltar a pisar o palco e de ouvir os aplausos.
Luta contra o cancro da mama desde o princípio do ano, foi operado no dia dos seus anos, 21 de janeiro, o tumor foi removido assim como oito gânglios linfáticos da axila. Seguiram-se quatro meses e meio de quimioterapia e teve de continuar depois com a radioterapia. Hoje terminou o pesadelo, agora só tem que fazer exames de rotina de três em três meses.
Este é o segundo problema oncológico que lhe bateu à porta. Em 1996 “o tumor foi tirado aqui nesta zona [lado direito da barriga]. Sentia a perna presa. De noite acordei, às 4 da manhã, levantei-me e a perna [direita] não mexia“. Depois dos sintomas veio o diagnóstico e a cirurgia, “o tumor tinha quase o tamanho de uma tangerina“. Nessa altura ficou pela primeira vez sem cabelo, perdeu os seus caracóis, a sua imagem de marca. “Eu sofri muito no primeiro cancro que tive. Como é que eu ia entrar em palco? Desta vez já tive uma reação diferente. Mesmo careca eu fui ao Porto cantar. ‘Esteja como estiver, as pessoas vão ter de me receber como estou. O cancro não se pega’“, confessou a Júlia Pinheiro.
Há 3 anos teve outro susto, um princípio de AVC, no palco do Coliseu do Porto. “Senti o chão a fugir-me…estava a acabar o espetáculo, a cantar a música ‘Sempre que Brilha o Sol’“, lembrou.
Tem muito medo da morte, embora saiba “que isso vai acontecer, mais tarde ou mais cedo“. “Quando isso acontecer, cantem, batam palmas, sorriam… porque onde eu estiver, vou receber tudo isso“, pediu o cantor, que nunca escondeu este seu temor.
Apesar dos cabelos brancos, Marco Paulo exibiu uma imagem que agradou ao público. Os fãs reconhecem que está ainda mais charmoso.
“Imensamente cansado“, confessou-se logo após o final do fim de ciclo da radioterapia, mas antes de descansar é tempo de festejar: “Hoje mandei arranjar duas garrafas de champanhe para brindar e festejar com o meu compadre e outros amigos“.
“Força, coragem e fé“, foi o voto que deixou a todos os que estão a passar pelo mesmo problema de saúde: “O cancro não é sinónimo de morte“.