Na margem do rio Douro, Luís Onofre emprestou brilho a uma tarde cinzenta e a ameaçar com chuva. Este sábado, no Cais da Alfândega do Porto, a coleção do designer de Oliveira de Azeméis fluiu como uma lufada de ar fresco num presente atípico e ameaçado pela Covid-19.
Com uma paisagem ímpar, as propostas para o próximo verão sucederam-se num desfile que merecia mais público, limitado nesta edição do Portugal Fashion por medidas de segurança impostas pela crise pandémica que marca a atualidade.
As formas, as cores e os materiais conjugaram-se a partir das asas de um pássaro colorido e da riqueza da flora tropical, numa assumida homenagem à Mãe Natureza. “Freedom” prima pelos pormenores, com destaque para a recriação de penas, folhagens e entrançados étnicos.
Amarelo, azul, morango, bege ou caqui unem-se em múltiplos efeitos cromáticos, sempre amplificados pelo dourado, não faltando sandálias e chinelos a pensar nos dias longos da próxima estação quente, alimentando a esperança ao regressos da normalidade, sem máscaras, nem distanciamento como aquele que marcou a elegante passagem.
