O democrata Joe Biden tornou-se este sábado, dia 7 de novembro, no 46.º Presidente dos Estados Unidos da América ao derrotar o seu adversário republicano e detentor do cargo, Donald Trump, noticiou a agência Associated Press (AP).
A professora Jill Biden e Joe Biden casaram-se em 1977, ambos em segundas núpcias. Jill Tracy Biden divorciou-se do primeiro marido em 1975, enquanto Biden perdeu a mulher, Neilia, e filha de um ano, Naomi, num acidente de carro fatal em 1972.
Chegou a ponderar desistir da carreira politica para cuidar dos dois filhos, Beau e Hunter, que escaparam do desastre com lesões graves. Três anos depois, Joe e Jill conheciam-se num encontro às cegas – ele com 33 anos e ela com 24.
“O Joe diz às pessoas que eu só aceitei casar com ele depois de me pedir pela quinta vez. A verdade é que o amei desde o princípio“, contou Jill Biden, casada com o candidato democrata há 43 anos.
Jill, a agora primeira-dama americana, abraçou a família de Biden como sua. Em 1981 tiveram uma filha em comum, Ashley. “Ela deu-me a minha vida de volta. Fez-me começar a pensar que a minha família podia voltar a estar inteira“, escreveu Joe Biden no livro de memórias Promises to Keep.
Beau Biden, o filho mais velho, morreu em 2015 de cancro no cérebro, tinha 46 anos. “A minha vida mudou num instante. Durante toda a sua doença, acreditei que ele ia viver até ao momento em que fechou os olhos“, contou Jill Biden, em entrevista ao USA Today.
Hunter sofre de um problema de dependência de drogas há anos, do qual o pai garante que já se recuperou.
Jill, de 69 anos, é professora de profissão e tornou-se um dos principais ativos da campanha do seu marido, acompanhando-o em visitas e até mesmo participando em comícios sozinha em estados cruciais, como fez recentemente em Michigan. Ela traz muitos anos de experiência como esposa de um senador e vice-presidente e contactos preciosos dos círculos políticos de Washington.
A professora e mãe de família já acompanhou o marido em uma longa jornada de campanhas pelo Senado, pela Presidência e pela Vice-Presidência e sabe que cada detalhe é importante no mundo fotogénico da política americana. A máscara que usava, por exemplo, era da marca Athleta, especializada em produtos femininos para ioga, e é vendida em packs de três, por 25 $ (cerca de 21 euros). O vestido que ela usou, da casa Gabriela Hearst, foi na verdade reciclado de outra temporada, 2017, e depois foi vendido por cerca de US $ 1.500.
Voto hispânico
Durante os anos de Biden como vice-presidente, a sua mulher ensinou inglês numa escola pública na Virgínia, onde muitos imigrantes e refugiados, muitos da América Latina, estudaram. A campanha quis explorar essa experiência e tentou ganhar o voto de grupos hispânicos nos EUA. Ela começou a trabalhar e, em várias entrevistas, disse que está estudando espanhol por meio de aplicativos móveis para preparar as suas reuniões.
Esta é a personlidade de Jill Biden: um trunfo para a campanha do seu marido, trabalhadora e discreta, em total contraste com a atual primeira-dama, Melania Trump, que conheceu o seu marido como modelo e que já posou, sozinha ou com a sua família, para um grande número de revistas.
Nascida em Nova Jérsia, Jill passou a maior parte da infância em Willow Grove, Pensilvânia, com as quatro irmãs mais novas e os pais. Depois de acabar o ensino secundário, entrou num curso de marketing de moda mas acabou por escolher especializar-se em Inglês na Universidade de Delaware. Foi na universidade que conheceu o primeiro marido, Bill Stevenson, de quem se divorciou em 1975.
Professora de inglês com dois mestrados e um doutoramento, Jill Biden sempre lecionou em escolas públicas. Trabalhou, em 1981, num hospital psiquiátrico onde ensinava Inglês a adolescentes com problemas emocionais. Durante três anos lecionou em universidades públicas de Ohio e Delaware.
Começou por lecionar em escolas públicas e trabalhou, depois de se licenciar em Delaware, num hospital psiquiátrico onde ensinava Inglês a adolescentes com problemas emocionais. Com dois mestrados e um doutoramento, Jill Biden foi única segunda-dama da história que teve um trabalho a tempo inteiro fora da Casa Branca. “Ensinar não é o que eu faço, é o que eu sou“, disse, em agosto deste ano.
Como segunda-dama, Jill criou, ao lado de Michelle Obama, a iniciativa Joining Forces, que providencia educação, emprego e serviços de saúde aos militares e às suas famílias.
Jill Biden passou os últimos 40 anos ao lado do marido, garantindo o seu apoio: “O amor faz-nos flexíveis e resilientes. Permite-nos sermos mais do que nós próprios, juntos, e mesmo que não nos possa proteger das tristezas da vida, dá-nos refúgio, uma casa“.