“E JÁ LÁ VÃO 40 ANOS!“, foi assim que o rei das audiências começou por assinalar este domingo a data em que se estreou “como ator numa revista do Teatro ABC“.
“Não sei se lá fora estava uma noite fria. Eu estava a ferver. De medo. 15 de novembro de 1980, a minha estreia como ator“, são poucas as lembranças desse dia tão especial, tal eram os nervos. “Tinha sido engraçadinho em casa e era o Fernandinho de toda a gente mas desta vez era a sério“, por isso o peso da responsabilidade.
“Tinha os tiques que aprendi do meu pai Victor, todas as lições que recebi do Parque Mayer desde miúdo de berço, das caixas do ponto dos teatros, de todos os fossos de orquestra. Tinha a graça onde me faltava a confiança“, recordou Fernando Mendes, ciente de que aprendeu com o melhor e que teve a sorte de ser criado no ambiente onde tudo acontecia .
Foi aí que aprendeu a ser grato “ao homem que aponta os holofotes, ao puxador de cordas, aos murmúrios do ponto, aos montadores de cenário. Às costureiras a quem nem dava trabalho, que no princípio eu era magro em tudo menos no cabelo, uns caracóis que pareciam nunca mais acabar“.
“Mas devo quase tudo aos autores, aos encenadores e antes de mais, aos atores. Os mestres Eugénio Salvador e Henrique Santana, o adorado Nicolau Breyner, os que já lá estavam e fizeram de mim um afilhado, os que chegaram na mesma altura que eu e fizeram de mim um irmão“, citou em jeito de agradecimento e também de orgulho, porque afinal, “o filho do Victor Mendes era digno de respeito, admiração e absoluta confiança“.
“Fiquei fiel à RTP e assim estarei até ao fim dos meus dias“, assegurou. “Do ‘Foguete’ ao ‘Nico d’Obra’, do ‘Canto Alegre’ ao ‘Nós, os Ricos’, do ‘Pisca-Pisca’ ao ‘Milionários à Força’“, detalhou, para sublinhar “a experiência maravilhosa do ‘Preço Certo’“, onde se tornou o papa audiências. Um espetáculo!
“Da fantástica família de colaboradores, técnicos e assistentes, toda a equipa :) . Um programa onde recebo um incondicional amor popular, da boa gente que se mete em camionetas para vir ao programa, do conforto que dizem que lá por casa lhes dou todas as noites. De os fazer rir e do riso não trazer outra coisa que não seja a felicidade“, descreveu sobre o programa da estação pública, que agora confunde o público que ainda o chama de gordo.
Fazer rir é os seu propósito, que tão bem sabe fazer com as peças de teatro que leva a todos “os palcos do país todos os anos, por todo o lado, das mini-revistas às comédias“.
“Faz hoje 40 anos que vivo da generosidade do público e do seu carinho. Rico de amigos e, tão sortudo, milionário de filhos e netos. E nunca me esqueço dessa noite no Teatro ABC em que era bem capaz de ter estragado tudo. 40 anos é tempo suficiente para dizer que não fiz m… “.
Parabéns Fernando Mendes, que venham mais 40.
