A discrição da ex-modelo suscita boatos e coloca em xeque o padrão histórico de comportamento seguido pelas esposas presidenciais nos Estados Unidos. não começou muito bem, pois tinha aina com antecessora uma mulher irrepreensível, transparente e bem-humorada. Michelle Obama chegou a oferecer-lhe conselhos, mas Melania Trump nunca a procurou.
Ao chegar, inicialmente, a primeira dama do agora presidente derrotado, tentou apertar a mão de Michelle, mas a mãe de Sasha e Malia resolveu dar-lhe um abraço, como sinal de boa sorte.
Sephanie Grisham, diretora de comunicações de Melania declarou: “Senhora Trump é uma mulher forte e independente que está desempenhando o papel da sua própria maneira. Quando ela precisar de ajuda em qualquer assunto, ela vai procurar um profissional da Casa Branca”.
Future First Lady Melania Trump gives a gift to First Lady Michelle Obama as the Obamas welcome the Trumps to the White House. pic.twitter.com/05TzjXBeDf
— ABC News (@ABC) January 20, 2017
Talvez a filha de uma operária têxtil e de um mecânico e membro do Partido Comunista da antiga Iugoslávia não tivesse simplesmente confortável fora do seu papel rígido, que deu a conhecer logo no dia 21 de janeiro de 2017, data em que o marido, Donald Trump, tomou posse como o 45º Presidente dos Estados Unidos da América.
Durante os anos que se manteve como primeira-dama, o mundo tentou analisar todos os movimentos de Melania Trump, procurando pistas sobre a sua vida pessoal e o que poderá acontecer atrás dos muros da Casa Branca.
Pela linguagem corporal do casal presidencial, percebeu-se que Melania evitava segurar a mão do marido em público. São várias as vezes que Trump é visto a afagar gentilmente a mão da mulher com que está casado há 15 anos. Uma imagem perfeitamente aceitável, mas que à vista da ex-modelo eslovena esses comportamento podem-lhe fazer lembrar um macho alfa a exibir o indivíduo de maior status.
Uma coisa é cerca, o trauma não deve ser pequeno, pois não foram duas ou três vezes que Melania não fez nenhuma menção de querer segurar a mão do marido. Mas muitas vezes essa atitude é atribuída ao presidente, principalmente em biografias não autorizadas. Normalmente, segurar as mãos mostra um casal como uma unidade. E ele queria ser visto como um presidente sozinho.
Há pelo menos cinco momentos em que Melania desprezou Trump com sorrisos falsos e gestos desajeitados.
Melania repeatedly refuses to hold Donald Trump’s hand in excruciating clip pic.twitter.com/rQNaGJEZ6h
— The Independent (@Independent) August 17, 2020
Movimento sutis e constrangedores ganharam manchetes e piadas nas redes sociais. No início do seu mandato pudemos observar esse gesto algumas vezes, como o que aconteceu no estádio de futebol em Nova Orleans. Perante milhares de pessoas, e numa visível medição de forças, Melania liberta-se com um ar implacável da mão de Trump.
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Também em 2018, quando o casal estava lado a lado para receber o presidente francês Emmanuel Macron na Casa Branca, Trump tentou agarrar a mão de Melania, o que ela evitou a todo custo, acabando depois por ceder, para não dar nas vistas.
“I know I’ve been an absentee dad and a horrible husband – including flagrant affairs while you were pregnant – but let’s just hold hands at this event…” pic.twitter.com/gLDCs40iCk
— Shannon Watts (@shannonrwatts) April 24, 2018
Kate Bennett, a única correspondente da Casa Branca dedicada a cobrir exclusivamente Melania Trump e a família do presidente norte-americano, Donald Trump, com a credibilidade de ter acompanhado tão de perto a atual primeira-dama dos Estados Unidos, lançou um livro Free, Melania: The Unauthorized Biography (“Melania livre: a biografia não autorizada”), um trocadilho com o slogan “Free Melania”, visto em manifestações em Washington.
Melania Trump não é uma mulher-troféu, segundo a autora. Bennett critica que seja subestimada dessa maneira, quando na verdade tem uma “influência poderosa” sobre o presidente, “tanto em matéria política como na forma como dirige seu pessoal”.
Diz ser amável com os funcionários da Casa Branca, muito distante da imagem hierática que projeta. Certa vez a jornalista lhe perguntou por que não sorria na hora dos flashes e a primeira-dama respondeu-lhe que não era falsa. Em solteira já era uma mulher discreta, mas sem nunca descuidar a aparência, e era conhecida entre os rapazes pela sua antipatia,
Melania cruzou-se pela primeira vez com Donald Trump em 1998, tinha então 28 anos. Ele, com 52, era dos personagens mais famosos da sociedade nova-iorquina, resultado de uma carreira de sucesso como empresário. Ambos haviam sido convidados para uma festa privada no clube Kit Kat, durante a New York Fashion Week. O magnata ia acompanhado por Celina Midelfart, a esbelta herdeira de uma multinacional norueguesa de cosméticos. À saída, quando a companheira se ausentou por segundos, Trump abordou Melania, pedindo-lhe o número de telefone. Ela recusou, mas aceitou ficar com o dele.
Uma semana depois, os dois eram vistos de mãos dadas em vários restaurantes da cidade. Questionada por amigos sobre a diferença de idade e o passado mulherengo do magnata, ela respondia sempre da mesma maneira: “Donald é um homem de verdade”. Nos meses seguintes, Melania dispôs-se a tudo, nomeadamente a ser usada como prova da virilidade do marido, quando, por exemplo, confirmou, no programa de rádio de Howard Stern, que os dois tinham relações sexuais mais do que uma vez por dia.
A 26 de abril de 2004 Donald pediria Melania em casamento, selando o compromisso com a oferta de um anel de noivado avaliado em 1,5 milhões de dólares.
A cerimónia realizou-se a 22 de janeiro de 2005, em Mar-a-Lago, o resort de luxo do Presidente. Os 126 quartos albergavam a nata da sociedade de Nova Iorque, nomeadamente Hillary e Bill Clinton.
Melania estava coberta por 250 mil dólares de diamantes, cravejados no vestido de trinta quilos desenhado por John Galliano e nos sapatos Manolo Blahnik.