Morreu esta terça-feira, dia 29 de dezembro, o célebre designer nascido em Itália e naturalizado francês. Tinha 98 anos.
A informação foi confirmada à AFP pela família, sem citar a causa da morte.
Enérgico e contraditório, Pierre Cardin reúne um dos legados mais ecléticos da história da moda. Os seus desenhos futuristas revolucionaram a passerelle, e foi um dos primeiros grandes nomes a abraçar o “prêt-à-porter”.
Nos anos 1970 visitou a NASA e experimentou o traje de astronauta usado por Neil Armstrong na viagem à Lua. Inspirado, chegou a desenhar uma nova versão do traje espacial para a agência norte-americana, e incorporou noções da ficção científica nas suas coleções.
Após a 2ª Guerra Mundial tornou-se aprendiz de um então desconhecido Christian Dior, fundando a sua própria marca nos anos 1950.
O estilista ganhou fama mundial nos anos 1960, apostando na mistura de tendências e na popularização da alta costura. Pierre Cardin foi um dos primeiros estilistas a licenciar o logotipo da sua marca para outros produtos, como perfumes, cosméticos, canetas e cigarros.
O seu império alcançou mais de 100 países e emprega mais de 180.000 pessoas em 700 fábricas espalhadas por todo o mundo. Azulejos, compotas, potes, gravatas, perfumes, canetas, talheres…o seu nome está inscrito em cerca de 700 produtos diferentes.
Dono dos restaurantes Maxim’s, que comprou em 1981, lançou também uma rede de hotéis com este nome. O seu trabalho na área ligada aos alimentos levou à sua nomeação em 2009 como embaixador da boa vontade da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Cardin disse na ocasião que o seu modo de vida não mudou desde que começou a trabalhar. Ele entendia o dinheiro apenas como “um meio”. Sempre se financiou graças aos seus negócios.
Em setembro celebrou 70 anos de carreira.
