A era Biden é uma realidade. O novo presidente dos Estados Unidos tomou posse numa cerimónia atípica, marcada pela ausência do presidente cessante, Donald Trump, e pelas restrições públicas impostas pelo coronavírus.
O casal Biden já mora na Casa Branca, que será a sua casa nos próximos quatro anos, e a vice-presidente Kamala Harris fará o mesmo na sua residência vice-presidencial, uma propriedade menos conhecida, mas pela qual já passaram oito altos cargos.
A vice-presidente Kamala Harris e o seu marido, Douglas Emhoff, — que se tornou o primeiro segundo-cavalheiro da história do país — ocuparão uma mansão de 3 andares contruída por 20 mil dólares em 1893, em Washington. O local fica no terreno do observatório naval dos EUA, a cerca de 3 quilómetros da Casa Branca.
A casa, chamada de Number One Observatory Circle, é desde o ano de 1974 a “residência permanente temporária” dos vice-presidentes americanos. Existe um livro que conta suas curiosidades.
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Foi construída para ser a residência dos superintendentes navais americanos. Porém, em 1966, na sequência do assassinato de John F. Kennedy, o Congresso estabeleceu uma nova lei que tornou aquela a residência oficial do vice-presidente dos Estados Unidos da América, por questões de segurança.
Em 1974, foi autorizado, oficialmente, o novo propósito da habitação, com o Congresso a assumir os custos de restauração e mobílias. Três anos depois recebeu Nelson Rockefeller que, apesar de já ter uma residência próxima, usava aquela como espaço de entretenimento.
No total, a One Observatory Circle recebeu sete vice-presidentes: Walter Mondale, George H.W. Bush, Dan Quayle, Al Gore, Dick Cheney, Joe Biden, e Mike Pence. Em fevereiro, Kamala Harris juntar-se-á à lista, enquanto primeira mulher, pessoa negra e de descendência asiática a assumir o cargo.
Assim como acontece com na Casa Branca, os vice-presidentes também têm autonomia para mexer na decoração da casa. A cada quatro ou oito anos, o interior é redecorado, de modo a melhor representar o estilo e gosto pessoal de quem lá vive. Em 1991, Dan Quayle chegou a instalar um jacuzzi e piscina – e foi por isso mesmo que Biden chegou a dizer que Quayle foi o seu vice-presidente preferido. Ao longo dos anos, cada um dos inquilinos tem vindo a dar o seu toque pessoal e a renovar.
De assinatura do arquiteto Leon E. Dessez, a casa viu o exterior ser pintado apenas em 1960, quando ganhou a cor branca. E esta não é a única curiosidade. Conta-se, por exemplo, que a filha de Mondale chegou a chamar os Serviços Secretos após ter visto uma silhueta que lhe parecia um homem, perto da sua janela. Já a neta de Cheney terá carregado, sem querer, num botão de pânico, enquanto tentava puxar o autoclismo.
A casa tem três andares com 6 quartos, salas de estar e jantar, casas de banho, cozinha e escritórios. Kamala Harris terá a oportunidade de trabalhar numa mesa muito especial, que foi usada pela primeira vez em 1902 por Theodore Roosvelt e que na primeira gaveta tem a assinatura de todos os vice-presidentes desde os anos 1940. A cozinha e os quartos dos funcionários ficam no subsolo. Há rumores de que exista um bunker, mas essa informação não foi confirmada oficialmente.
Na área externa há uma piscina aquecida, uma edícula e um mirante coberto por vinhas. Joe Biden, quando foi vice-presidente do Obama, construiu o Jardim do Património Familiar dos Vice-Presidentes, em 2012, onde estão registados os nomes de todos os membros das famílias que passaram pela residência, inclusive dos seus animais de estimação. Além disso, Biden deixou uma placa numa árvore com os dizeres: “Joe ama Jill, Dia dos Namorados de 2010”.
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