Casino da Figueira, o mais antigo da Península
O Casino da Figueira, gerido pela histórica empresa Sociedade Figueira Praia, ocupa um lugar de destaque no panorama nacional do entretenimento e diversão. A geografia é um fator importante para tal; é o único casino da Região Centro, entre os quatro casinos da região de Lisboa e os do Norte (de Espinho até Chaves). Mas a história também tem o seu peso, visto que se trata do casino mais antigo da Península Ibérica. Naturalmente que não é possível jogar um jogo de roleta grátis nas suas salas; esse género de funcionalidade está reservado para as plataformas de casino online. Ainda assim, o histórico Casino da Figueira será certamente um bom ponto de partida para aqueles que queiram experimentar jogos de mesa ou slot machines pela primeira vez, tal como o é para os mais experientes.
Antecedentes: o Theatro Circo Saraiva de Carvalho
Nos finais do século XIX a Figueira da Foz era uma cidade em ascensão. Munida com o porto marítimo e a ligação ferroviária, inaugurada em 1882, a Figueira crescia em habitantes, em negócios, em dinâmica. Foi neste contexto que surgiu, em 1884, o Theatro Circo Saraiva de Carvalho, a maior sala de espetáculos do país até que seis anos depois Lisboa “replicou” com o Coliseu dos Recreios. Mesmo perdendo esse título, o Theatro Circo manteve-se como uma fortíssima referência regional e até nacional. As primeiras exibições de cinema na região Centro deram-se também ali.
A fundação do Casino
A gestão do espaço passou por diferentes empresários até que em 1927 se constituiu a
Sociedade do Grande Casino Peninsular, com o objetivo de estabelecer um casino
devidamente licenciado. Na altura, a Figueira contava com quatro outros estabelecimentos do
tipo casino, mas o “Grande Peninsular” acabou por ser aquele que resistiu ao teste do tempo.
Porquê o casino mais antigo da Península Ibérica?
É frequente associar ao Casino da Figueira o epíteto de “mais antigo da Península”, e não será certamente por se ter chamado “Peninsular” nos seus primórdios. No século XIX existiam vários casinos a operar em Espanha. A diferença está numa importante questão legal e política.
Diversos governos espanhóis, nomeadamente sob os regimes dos generais Primo de Rivera e Franco, proibiram o jogo e a atividade dos casinos. Pelo contrário, em Portugal os casinos nunca foram encerrados por motivos legais. Basta lembrar a importância quase mítica do Casino do Estoril durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto ponto de encontro de pessoas em trânsito (e que terá inspirado Ian Fleming a escrever “Casino Royale”).
Importa acrescentar que o Casino da Figueira nasceu no período da Ditadura Militar, continuou durante o Estado Novo e manteve-se após o 25 de Abril e o estabelecimento do regime democrático em 1976. O estabelecimento nunca deixou, até hoje, de prestar os seus serviços, sendo por isso considerado o mais antigo casino em atividade contínua da Península Ibérica.
Resistindo às vicissitudes
Em 1946 a licença de jogo não foi renovada e o Casino passou por um período de incerteza,
passando a abrir apenas ocasionalmente. Mas o Estado português esperava apenas o parceiro
correto, que surgiu sob da Sociedade Figueira Praia, empresa que se mantém à frente dos
destinos do casino figueirense até hoje. As primeiras “slot machines” surgiram em 1970; na
década de 90 sobreviveu um conjunto de obras de renovação, que culminaram na grande
reabertura do Salão Nobre em 1997.
Futuro em aberto
A concessão de jogo da Figueira da Foz terminava no final de 2020. Porém, não foram abertos
novos concursos pelo governo. De acordo com o Notícias de Coimbra, citando a Lusa, o
governo alegou que as circunstâncias da pandemia impossibilitaram o lançamento de
concursos, pelo que as licenças atuais “manter-se-ão, por isso, em vigor”. Também os casinos
do Estoril e de Lisboa viam as suas licenças terminar no final do ano transato.
Em todo o caso, é altamente provável que o Casino da Figueira se mantenha sólido e ativo
durante um horizonte de futuro previsível.