Manuel Moreira recorreu esta terça-feira às redes sociais para denunciar ataques homofóbicos de que tem sido vítima.
“Quem nunca fez parte de uma minoria qualquer tem dificuldade em fazer esse exercício de reflexão sobre o que é viver diariamente com medo de ser gozado, agredido e violentado física e psicologicamente apenas por se ser quem se é“, começou por contar o ator de 38 anos nas redes sociais, salientando a “importância da educação para a não-discriminação“.
Manuel Moreira não poupou os agressores e publicou um vídeo, no qual se pode ver jovens a insultá-lo, aproveitando o facto para deixar uma mensagem de consciencialização.
O ator explicou que cresceu “num tempo em que esses perigos, se não viessem de dentro da nossa própria família, ‘só’ existiam fora de casa“, e mesmo assim viveu “uma adolescência em constante sobressalto“.
“Aos jovens de hoje, o bullying entra-lhes também pela casa dentro, pelos computadores e telemóveis. Tal como a mim me têm chegado, nas últimas semanas, vídeos e mensagens como esta, sempre deste mesmo grupo de jovens rapazes com as hormonas claramente descontroladas e que quando se juntam para beber, lembram-se de mim e de me chamar paneleiro e perguntar se quero “ver a pixa” deles. Porque, claro, na cabeça deles a ideia de que um “paneleiro” que não os conhece de lado nenhum tem interesse em lhes ver as pilas que ainda nem devem saber usar deve fazer imenso sentido“, continuou, sublinhando que nem sequer conhece aqueles miúdos.
“Mas se são crescidinhos para enviar repetidamente mensagens tão corajosas a desconhecidos, são crescidos também para ficarem aqui expostos como exemplo daquilo que não se deve ser nem fazer“, até porque “com quase 40 anos, sou adulto e independente e estou-me nas tintas para quantas vezes me chamam paneleiro“.
“Mas olhem para este vídeo – vocês, os que nunca sofreram de bullying por serem gays, trans, gordos, negros, etc – e tentem imaginar o que é ter 12, 14, 16 anos, as idades de todas as dúvidas e receios, e esbarrar com este tipo de energia e este tipo de ataques (que podem descambar também em violência física) a cada esquina da escola, em cada beco, em cada fila para a cantina, em cada paragem de autocarro, ou nas caixas de mensagens do Instagram. E imaginem que são os vossos filhos a passar por isso. E lembrem-se disso de cada vez que tiverem preguiça de corrigir os preconceitos dos vossos filhos, dos vossos tios, dos vossos patrões, dos vossos colegas, porque ‘não há paciência para a conversa do bullying’“, conclui Manuel Moreira, deixando os seus seguidores horrorizados com tamanha violência. Veja:
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