Morreu este sábado, aos 79 anos, José Galvão, o conhecido instrumentista, produtor e arranjador português mais conhecido como Johnny Galvão.
Músico do grupo Os Duques, até 1968, José João Oliveira Galvão mudou-se mais tarde para Espanha, onde integrou as bandas Los Buenos e Aquaviva.
Johnny Galvão fez trabalhos com Paco de Lucia e produziu discos de Paulo de Carvalho, Adelaide Ferreira e Doce. Trabalhou no Brasil e colaborou com o Festival RTP da Canção, para o qual escreveu algumas canções e orquestrou outras.
O artista era pai da radialista Ana Galvão, ex-mulher e mãe do filho de Nuno Markl, que no Instagram fez uma homenagem ao sogro, pois “diz-se que separações acontecem, mas que os sogros são para a vida“.
“Esta rockstar hippie dos 60s é o avô do meu filho. Aqui numa das suas primeiras bandas, os Los Buenos (procurem o vídeo de Groovy Woovy no YouTube; não se vão arrepender)“, começou por escrever o humorista, dano a conhecer o músico aos mais distraídos.
“Diz-se que separações acontecem, mas que os sogros são para a vida. Percebi que tinha um Johnny Galvão para a vida muito cedo, quando, em 2010, aquando da morte do meu pai, ele me disse que podia contar com ele para colmatar o vazio que ficou. ‘Mais do que um father in law’, dizia ele. ‘Um father’. E eu dei por mim a ter conversas com ele que ficaram por ter com o meu próprio pai“, continuou Nuno Markl.
“Era fácil, no meio da torrente intensa de conselhos, ideias, debates, eu esquecer-me que agora era filho emprestado de um artista com um rol de produções musicais que tocavam tanto durante o meu crescimento. O Johnny produziu e/ou escreveu clássicos do Paulo de Carvalho, da Adelaide Ferreira, das Doce, entre outros. Andou uma vida pelo mundo a emprestar o seu talento de músico e produtor a uma lista generosa de artistas que vai de Paco de Lucia a Raimundo Fagner“, sublinhou sobre o “perfecionista, um produtor à antiga orgulhosamente inadaptado ao funcionamento moderno da indústria da música, mas atento “.
“O Johnny estava doente há muitos anos, e por várias vezes esteve para partir. Mas, homem de convicções fortes e com uma sede de viver insana, respondeu várias vezes à morte que não contasse com ele. Manteve projetos e sonhos até ao fim, mesmo quando era óbvio que seria impossível concretizá-los. ‘Vamos criar outro espetáculo’. ‘O que achas de abrir uma escola de artes?’. Ouvi-o sempre. Sentirei falta de o ouvir. Boa viagem, Johnny“, concluiu.