Morreu esta quinta-feira, 8 de setembro, aos 96 anos, a rainha Isabel II, encerrando assim o reinado de 70 anos, o mais longo da história britânica.
Toda a sua vida, como afirmou no seu primeiro discurso, seria posta ao serviço do povo. Cumpriu a promessa até à sua morte. Durante o seu reinado a instituição passou por divórcios, escândalos, acusações e críticas, que a monarca enfrentou sempre com firmeza e uma postura estoica.
O seu último compromisso público foi na terça-feira (6), quando nomeou a nova primeira-ministra britânica, Liz Truss. Pela primeira vez na história, a cerimónia foi realizada em Balmoral. Todas as outras haviam sido nomeadas pela Rainha no palácio de Buckingham, em Londres.
Isabel II deixa quatro filhos, do seu casamento de 73 anos com o príncipe Philip, que morreu no ano passado: Carlos, o herdeiro do trono, Ana, André e Eduardo.
Isabel II nasceu em 21 de abril como princesa de York, a terceira na sucessão do trono britânico. O seu destino mudou em 1936, quando o tio, o rei Eduardo VIII, abdicou do trono. O pai da jovem Isabel tornou-se rei – George VI. Aos 11 anos, a rainha que hoje faleceu, foi morar no palácio de Buckingham com os pais e a irmã mais nova, a princesa Margarida, e começou a ser preparada para, um dia, assumir o trono.
Em 1947, aos 21 anos, casou com Philip, um primo distante, por quem se apaixonou ainda menina. Em fevereiro de 1952, o seu pai morreu prematuramente aos 57 anos, vítima de uma trombose coronariana causada por um cancro de pulmão. Isabel, então com 25 anos, estava numa viagem oficial no Quénia e regressou rapidamente ao Reino Unido.
Após um ano de luto, foi coroada como Isabel II, numa cerimónia realizada na abadia de Westminster, em Londres, no dia 2 de junho de 1953. Ao ser coroada, a monarca tornou-se chefe de Estado do Reino Unido, chefe das Forças Armadas britânicas, da Igreja da Inglaterra e da Comunidade Britânica, também chamada de Commonwealth.
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Paixões
Não dava entrevistas, não falava de si própria, não defendia opiniões políticas e pouco se sabe dos seus gostos. Discreta e popular, o que se sabe com certezas é que Isabel II tinha uma paixão por cães e cavalos. Teve mais de 30 cães da raça corgi durante o seu reinado, mas também teve labradores e cocker spaniels.
Era também apaixonada por carros, mas nunca tirou a carta de condução, o que nunca a impediu de conduzir a sua vasta coleção. Apesar disso, conduzia muito bem, foi treinada como motorista e mecânica pelo exército britânico na sua juventude, durante a Segunda Guerra Mundial.
Conduziu até ao fim. Ainda no ano passado, com todos os compromissos oficiais cancelados por razões de saúde, foi vista sozinha, a dirigir um Jaguar, nos arredores do Castelo de Windsor.
O seu carro preferido era o Land Rover Range Rover, que ainda no seu último aniversário, em abril deste ano, foi fotografada a conduzir. Uma curiosidade do veículo que chama a atenção é uma estatueta de um labrador com um faisão na boca no meio do capô.
Isabel II apoiava mais de 6000 organizações.
Foto: The Royal Family