Morreu a mãe do jornalista Mário Augusto. Foi o próprio autor e apresentador de vários programas de divulgação de cinema que revelou a triste notícia esta sexta-feira, nas redes sociais. “A mão que ainda há dias me apertava, hoje já sem força lá acenou para dizer adeus e partiu“, começou por escrever na legenda da foto onde aparece abraçado à mãe.
“É um estranho esvoaçar que cumpre os ciclos da vida. Chegam uns num choro de descoberta, partem outros que viveram muito e que nos fazem chorar, mesmo sabendo que assim é e sempre foi“, desabafou, na homenagem pública à progenitora.
“Era a mãe presente que nunca percebeu no que eu me metia quando fiz a opções profissionais que sempre apoiou. A mãe como as boas mães que não se deitava ou adormecia enquanto eu não chegasse da noitada e sempre acreditava em mim…mesmo sabendo que às vezes eram mentiritas que ela topava a léguas“, sublinhou, perante recordações sobre o filme da vida que inevitavelmente rebobinou.
“Há um dia em que percebemos verdadeiramente que os pais também envelhecem e partem. Foi hoje. Na verdade, aos nossos olhos sempre foram mais velhos, mas há aquele momento em que reparamos em alguém muito frágil porque o tempo, essa engrenagem que não abranda.
É sempre estranho sentir que deixamos de ter o colinho. A minha mãe lá partiu, como foi a sua vida, muito digna e serena sem se queixar nunca.
Esteve rodeada de filhos e netos como quando alguém faz uma viagem e nós vamos despedir. Estivemos todos lá com ela que ontem nos olhava como quem conversa. Quis agarrar a mão de todos um a um, netos, namoradas, filhos genro e nora, a todos ela apertava com uma mão frágil até adormecer num respirar ofegante“, relatou Mário Augusto.
“Achamos que iria dormir assim, boa pulsação igual aos outros dias, por isso decidimos ir todos dormir quase às duas da manhã, a Margarida a minha irmã com nome de flor resistente, ficaria a dormir lá em casa. Todos foram embora. Por minutos ela apanhou-se sozinha e partiu“, lamentou o jornalista sem esconder uma ponta de orgulho na dona Laura, de “olho azul“.
“Lá se foi aquela palavra que abraçava, o recado de cuidado com a vida fora de portas, o nosso primeiro berço orgânico, aconchegante e protetor“, partilhou o jornalista da RTP, pai de três filhos.
Leia a publicação na íntegra: