O escritor António Lobo Antunes é o vencedor da 16.ª edição do Prémio Literário Fundação Inês de Castro, uma iniciativa anual que distingue obras de prosa ou poesia escritas em língua portuguesa, pela sua obra O Tamanho do Mundo, editada em 2022 pela Dom Quixote.
O júri deste Prémio Literário, composto por Isabel Lucas, Mário Cláudio, Isabel Pires de Lima, António Carlos Cortez e presidido por José Carlos Seabra Pereira decidiu eleger António Lobo Antunes (Lisboa, 1942), um dos autores contemporâneos mais lidos e discutidos, no âmbito nacional e internacional. Filho de um médico, estudou medicina na Universidade de Lisboa, formando-se em 1966 e especializando-se em psiquiatra. Apesar da sua formação, António Lobo Antunes dedicou-se à escrita e publicou o seu primeiro romance, Os Cus de Judas, em 1979. Este livro baseou-se nas suas experiências como médico militar durante a Guerra Colonial Portuguesa em Angola, e estabeleceu a sua reputação como um autor talentoso e inovador.
O autor recebeu numerosos prémios e condecorações em Portugal e no estrangeiro ao longo da sua carreira. A sua influência na literatura contemporânea é inegável e é frequentemente considerado um dos escritores mais importantes de língua portuguesa da atualidade.
António Lobo Antunes escreve e cativa os leitores com a sua narrativa única e profundamente introspetiva e este Prémio vem assinalar como continua a fazê-lo com renovada criatividade.
Já Yvette Kace Centeno recebe o Prémio de Tributo Consagração Fundação Inês de Castro.
Yvette K. Centeno nasceu em Lisboa, em 1940, no seio de uma família germano-polaca. Formou-se em filologia alemã com uma dissertação sobre “O Homem sem Qualidades” de Musil e doutorou-se com uma tese sobre “Alquimia no Fausto de Goethe”, abrindo a senda dos seus estudos sobre esoterismo e poesia hermética, nomeadamente em torno de Fernando Pessoa. É professora na Universidade Nova de Lisboa desde 1983 e na sua qualidade de Professora tem sido responsável pelo desenvolvimento e organização de programas de pós-graduação, orientadora de Mestrados e Doutoramentos em Estudos Alemães e Literatura Comparada e Artes Performativas.
Desde 1961, que Centeno publica literatura infantil, ensaios de investigação, poesia, peças de teatro e ficção, tendo obras foram traduzidas para francês, espanhol e alemão, tendo várias obras traduzidas.
Em 2011 foi galardoada com a Medalha de Honra do Autor Português, pela SPA (Sociedade Portuguesa de Autores).
Ao longo dos anos, o Prémio Literário Fundação Inês de Castro tem distinguido autores e obras de reconhecido valor, como Pedro Tamen (2007), José Tolentino Mendonça (2009), Hélia Correia (2010), Gonçalo M. Tavares (2011), Mário de Carvalho (2013), Rui Lage (2016), Rosa Oliveira (2017), Djaimilia Pereira de Almeida (2018) ou Andreia C. Faria (2019). Daniel Jonas e José Viale Moutinho foram os último a receber esta distinção, com os Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2021 e o Prémio Tributo de Consagração 2021, respetivamente.
A cerimónia oficial de entrega destes prémios vai realizar-se na Quinta das Lágrimas, em Coimbra, ainda no ano de 2023, numa data a anunciar brevemente.
Sobre a Fundação Inês de Castro
A Fundação Inês de Castro foi criada a 7 de Janeiro de 2005, dia em que se comemoravam os 650 anos sobre a morte da única Rainha póstuma portuguesa. A Fundação tem como missão estimular a investigação e a divulgação da história, da cultura e da arte relacionadas com a temática Inesiana, e apoiar estudos e atividades culturais centradas em Inês de Castro, a sua época ou épocas mais próximas deste mito, proporcionando o aparecimento de novos valores culturais.
Sediada na Quinta das Lágrimas, em Coimbra, um local que a história e as memórias associam a Inês de Castro e ao drama por ela vivido, a Fundação é responsável pelos terrenos onde se integram os locais históricos, fontes, jardins, encosta e mata, e que constituem parte do seu património. A Fundação Inês de Castro promove o Prémio Literário Fundação Inês de Castro desde 2007 e o Festival das Artes de Coimbra desde 2009.