Morreu esta segunda-feira o compositor e cantor Fausto Bordalo Dias, aos 75 anos.
O artista é um dos maiores nomes da música portuguesa, que fica eternizado pelas músicas de intervenção social e pela trilogia de álbuns sobre as epopeias marítimas, iniciada pelo álbum seminal “Por Este Rio Acima” (de 1982).
Fausto gravou 12 álbuns ao longo de uma carreira iniciada no final da década de 1960, entre os quais “O Despertar dos Alquimistas”,” Para Além das Cordilheiras”, “A Preto e Branco” ou “Crónicas da Terra Ardente”. O último álbum de originais, intitulado “Em busca das montanhas azuis”, lançado em 2011. Desde então, atuava em concertos esporádicos.
Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias nasceu a bordo do navio Pátria, durante uma viagem entre Portugal e Angola. Seria registado a 26 de novembro de 1948 em Vila Franca das Naves, Trancoso, terra de seus pais.
Foi em Angola que formou a primeira banda, batizada como Os Rebeldes.
Aos 20 anos, já em Lisboa, Fausto concluiu a licenciatura em Ciências Políticas e Sociais no Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, atualmente ISCSP.O primeiro EP seria editado em 1969 com o título “Fausto”, trabalho que lhe valeu o Prémio Revelação atribuído pela Rádio Renascença.
Esteve ao lado de nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, José Mário Branco ou Luís Cília. Em maio de 1974, ajudou a fundar o GAC com José Mário Branco, Afonso Dias e Tino Flores. Era o último dos cantores de intervenção.
Em 1978, assinou com Sérgio Godinho e José Mário Branco a banda-sonora do filme “A Confederação”, de Luís Galvão Teles. Em 2009 voltou a juntar-se a Sérgio Godinho e José Mário Branco para o espetáculo “Três cantos ao vivo”, que resultaria num álbum ao vivo.