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Morreu Alain Delon, “sex symbol” e lenda do cinema francês

Morreu este domingo, em sua casa em Douchy, a 130 km de Paris, o ator – também considerado em tempos um “sex symbol” – Alain Delon. Tinha 88 anos.

Alain Fabien, Anouchka, Anthony, assim como (o seu cão) Loubo, têm a imensa tristeza de anunciar a partida do seu pai. Faleceu pacificamente na sua casa em Douchy, rodeado pelos seus três filhos e pela sua família. (…) A família pede gentilmente que respeitem a sua privacidade neste momento de luto extremamente doloroso“, informou a família em comunicado citado pela AFP.

Alain Delon estava com a saúde debilitada desde que sofrera um duplo AVC em 2019. Na altura afirmou: “Envelhecer é uma merda”.

Em 2022 anunciou a vontade de praticar eutanásia, que está legalizada na Suíça, onde vivia. “A partir de uma certa idade, uma pessoa tem o direito de sair tranquilamente, sem passar por hospitais, injeções e o resto…”, disse na altura.

Sex symbol nas décadas de 60 e 70, era “sombrio e arrojado”. A sua aparência e a atuação instintiva permitiram que se torna-se uma lenda muito cedo, através de uma série de filmes lendários. Profundamente marcado por uma infância difícil – tinha 4 anos quando os pais se divorciaram, passando a idade  escolar num colégio interno – sempre se retratou como um homem solitário, apesar da sua popularidade com as mulheres.

 

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Delon protagonizou alguns dos melhores filmes europeus dos anos 60 e 70, como “Rocco e os Seus Irmãos” (1960) e “O Leopardo” (1963) de Luchino Visconti, “Purple Noon” (1960) de René Clément, “Mr. Klein — Um Homem na Sombra” de Joseph Losey, “O Eclipse” (1962) de Michelangelo Antonioni, ou “O Círculo Vermelho” (1970) de Jean-Pierre Melville.

Os últimos tempos

Foi submetido a uma operação por causa de uma arritmia cardíaca em abril de 2012, seguida por outra em setembro de 2013. Em agosto de 2015, queixava-se de intensa dor nas costas, foi levado às pressas ao Hospital Lariboisière para uma neurocirurgia facial.

Os anos  seguintes foram marcados por uma série de problemas graves de saúde e familiares, entre os quais a desavença dos seus três filhos com a sua cuidadora Hiromi Rollin, a quem acusaram de assédio moral, confinamento e abuso de fraqueza. Os filhos também puseram em causa o seu estado mental com a questão da herança. Um relatório médico colocou o ator sob proteção judicial em janeiro de 2024 e, três meses depois, sob tutela reforçada.

Nas últimas mensagens que a filha, Anouchka Delon, partilhou sobre o pai nas redes sociais, mostrava “Delon“, “Sempre lindo. Sempre impecável. Sempre elegante. Como um bom vinho“.
Porque aconteça o que acontecer, como dizem “o show tem que continuar!

 

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