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‘Cidade do Zero’: a ‘cidade mais sustentável e inclusiva’ abre as portas no sábado

O evento conta com workshops, showcookings, oficinas de reparação, palestras, um mercado e uma zona de restauração. Acontece no Instituto Superior de Agronomia e é de entrada livre.

‘Cidade do Zero’: a ‘cidade mais sustentável e inclusiva do país’ abre as portas no próximo sábado

É já no próximo sábado que a Cidade do Zero abre portas, para a sua 3ª edição. O evento, que pretende demonstrar como seria vivermos numa cidade efetivamente sustentável e inclusiva, acontece nos dias 14 e 15 de setembro no Instituto Superior de Agronomia (ISA) da Universidade de Lisboa, tirando partido da sua envolvente natural e ocupando o interior e o exterior do Pavilhão de Exposições da Tapada da Ajuda. A Cidade do Zero oferece mais de 120 atividades; distribuídas entre workshops, palestras e mesas redondas, oficinas de reparação, showcookings e atividades para crianças; e conta ainda com uma zona de mercado e uma zona de restauração. É pensada para todos e para todas as idades, de entrada livre, preparada para pessoas com mobilidade reduzida e os animas de companhia são bem-vindos em todos os espaços do evento. A programação completa está disponível no site, em https://cidadedozero.pt/reservations, e a participação nas atividades é gratuita, no entanto é necessário fazer uma inscrição. A organização da Cidade do Zero é da responsabilidade de Catarina Barreiros, criadora de conteúdos sobre sustentabilidade e fundadora do projeto Do Zero, e João Barreiros, parceiro no Do Zero, e na Cidade do Zero.

Nesta terceira edição a Cidade do Zero ganha dimensão em todas as suas vertentes“, afirma Catarina Barreiros, coorganizadora do evento. “Teremos um maior número palestras e mesas redondas, mais workshops, showcookings e oficinas, mais marcas no mercado e mais opções na restauração“, avança. “Vamos ter também uma zona de relvado ótima para conviver e descansar; que inclui um espaço, do Centro do Bebé, para apoiar grávidas e pais com bebés de colo; e mais atividades para crianças e famílias, tornando a ‘cidade’ ainda mais inclusiva e divertida para todas as idades“.

Com o objetivo de ensinar sustentabilidade através de diferentes experiências e de uma forma cativante, a Cidade do Zero apresenta, uma vez mais, uma agenda de workshops, uma zona de showcookings, e várias oficinas de reparação e DIY – Do It Yourself (de calçado, roupa, pequenos eletrodomésticos, bicicletas). Conta, ainda, com diversos espaços com palestras, debates e mesas redondas que abordam o tema da sustentabilidade ambiental e social nas suas várias dimensões, contando com a partilha e o know-how de profissionais e especialistas das áreas da ciência, ambiente, saúde, engenharia, economia, política, alimentação e biodiversidade, entre outras.

No que diz respeito ao consumo, um mercado com marcas nacionais de diversas áreas (moda, decoração, casa, criança, calçado, acessórios) volta a estar presente, para quem quer comprar produtos novos, e a integrar modelos alternativos de economia circular, incorporando uma zona de trocas (livros, roupa, plantas e bicicletas) e de vendas em segunda- mão. Para as refeições, a ‘cidade’ dispõe de várias opções de restauração, com diferentes espaços para snacks e para refeições completas.

Educação: As Palestras e Mesas Redondas, os Workshops e os Showcookings. Mais de 120 sessões e 150 oradores.

Nesta 3ª edição, as palestras e mesas redondas vão decorrer em cinco espaços distintos, organizados por temas, e que acolhem quatro sessões diárias cada um. No interior do Pavilhão, encontram-se dois dos espaços: a Sala Grupo Ageas Portugal e o Palco Planta Livre, e no exterior, outros três: Sala Pingo Doce | Novo Verde, Sala Goparity e Sala The Loop. Economia Circular; Finanças sustentáveis; Saúde; Envelhecimento Ativo; Micromobildade; Resiliência Climática; Desperdício Alimentar; Energia Descentralizada e Renovável; Diversidade e Inclusão; Circularidade, Urbanismo & Arquitetura Sustentável; Cidadania & Ativismo; Moda Responsável; e Oceano são áreas que voltam a ter palco nesta edição.

No interior do Pavilhão, a Sala Grupo Ageas Portugal, regressa pela segunda vez à Cidade do Zero e vai acolher temas do âmbito da saúde, resiliência climática e diversidade & inclusão. Entre as diversas sessões previstas, o psiquiatra e escritor Daniel Sampaio e o médico Francisco Goiana da Silva irão abordar, em diferentes ângulos, o tema da sustentabilidade na saúde; e a influencer e ativista Catarina Oliveira, vai moderar uma sessão sobre diversidade e inclusão. Já no palco principal, que acomoda uma audiência maior, mas ainda em nome do Grupo Ageas Portugal, que defende a importância da diversidade e inclusão, a psicóloga e sexóloga Tânia Graça dará uma palestra sobre esse tema.

Relativamente ao regresso do Grupo segurador à Cidade do Zero, Katrien Buys, Diretora de Estratégia, Inovação e Sustentabilidade do Grupo Ageas Portugal, afirma: “consideramos a Sustentabilidade uma abordagem transversal e sistémica, que tem um enorme potencial de inovação social. Por considerarmos que o caminho para a Sustentabilidade não se faz sozinho, renovamos o nosso apoio à Cidade do Zero e olhamos para projetos e parcerias alinhadas com as nossas ambições para a construção de uma Sociedade mais sustentável: a saúde, a resiliência climática e a inclusão. Com a Cidade do Zero reforçamos a nossa voz ativa em mudanças sociais positivas e ajudamos, uma vez mais, a promover a consciência cívica individual e coletiva.” O Grupo Ageas Portugal terá ainda presentes as suas marcas de serviços além seguros, Ageas Repara e Livo, esta última com um espaço que carrega telemóveis com energia solar.

O Palco Planta Livre, será dedicado a assuntos relacionados com a biodiversidade, casa e jardim, mas também de outras áreas, entre as quais a cidadania ativa, como é exemplo a palestra de “Pensamento critico” levada a palco pelo economista José Maria Pimentel. A talk “Como deixar de ser plantassassino”, por Sofia Manuel (A Tripeirinha), regressa pela terceira vez à Cidade do Zero e acontece também ela no Palco Planta Livre. “A Planta Livre vai repetir presença na cidade do zero. Estamos orgulhosos e gratos por esta oportunidade de participar num evento, onde se promove a criatividade para um desenvolvimento sustentável”, afirma Armindo Gonçalves, CEO e fundador da Planta Livre. A empresa será também a responsável pela seleção e fornecimento de todas as plantas que vão decorar a Cidade do Zero.

Na zona exterior, o Pingo Doce regressa à Cidade do Zero, este ano em parceria com a Novo Verde, com dinamização de debates e ativações que visam reforçar junto dos visitantes que são os aliados para uma rotina mais sustentável, com explica Filipa Pimentel, Diretora de Desenvolvimento Sustentável e Impacto Local do Pingo Doce. “Renovamos o nosso apoio à Cidade do Zero reforçando o nosso compromisso com a promoção e consciencialização para um consumo e praticas mais responsáveis desde a produção até às nossas casas. A sustentabilidade faz parte do Pingo Doce e está presente em tudo o que fazemos. A nossa atividade é desenvolvida, há muito, segundo princípios de atuação responsáveis e sustentáveis e estamos totalmente alinhados com aquele que é o grande objetivo da Cidade do Zero – mostrar como seria viver numa cidade efetivamente sustentável e inclusiva.”

Na Sala Pingo Doce/Novo Verde estarão em debate temas relacionados com os sistemas de produção e a biodiversidade, no âmbito da alimentação. Na zona do mercado da Cidade do Zero vão ser dinamizados showcookings e estarão disponíveis fontes ECO de água filtrada, onde os visitantes poderão encher as suas garrafas de forma gratuita.

Já a Sala Goparity foca-se nos sistemas e mercados financeiros que devem ser atualizados à luz da agenda para o desenvolvimento sustentável, e no empreendedorismo que procura criar impacto positivo social ou ambiental. Entre várias palestras, a agenda inclui temas desde a medição de impacto até à definição do conceito de finanças éticas. Para além desta programação, a Goparity vai coordenar o equilíbrio carbónico do evento, através do investimento em projetos que gerem energia limpa ou evitam a emissão de CO2 para a atmosfera.

Sobre a seu regresso à Cidade do Zero, Nuno Brito Jorge, Ceo e cofundador da Goparity, afirma: “Era inevitável o encontro entre a Goparity e os projetos da Do Zero, porque partilhamos a vontade de criar inovação e desenvolvimento baseados no bem-estar social e ambiental. Somos apoiantes desde a primeira edição, para espalhar a mensagem sobre o poder económico, ambiental e social do investimento coletivo em projetos sustentáveis. Tal como no ano passado, vamos focar as nossas palestras na partilha de conhecimentos sobre finanças éticas e sustentabilidade. Convidamos todos os participantes a passar pela sala Goparity, que sobrelotou no ano passado, e apelamos a que tragam espírito critico para se juntarem à discussão.”

Por último, a Sala The Loop tratará dos assuntos do âmbito da circularidade e da tecnologia. É ainda a responsável pelo novo site da Cidade do Zero, e fará, com a Zeroo, todas as embalagens da restauração, embalagens reutilizáveis desde a primeira edição do evento. “Estamos muito entusiasmados por voltar a ser parceiros tecnológicos do maior e melhor evento de sustentabilidade do país. Nesta Cidade do Zero, queremos levar os nossos produtos tecnológicos a empreendedores e PMEs que procuram potenciar a circularidade e a sustentabilidade através da digitalização nos seus negócios.”, afirma Ricardo Morgado, cofundador da The Loop.

Relativamente aos workshops de reparação e DIY, esta edição mantém as oficinas de reparação de bicicletas e de equipamentos elétricos e eletrónicos, mas aumentam significativamente as reparações de moda, passando a incluir 14 workshops de reparação, upcycling e costura. Chegam também novidades de workshops de reparação de fatos de desportos aquáticos, de neoprene e reparação de softboards. Sobre outros workshops, haverá também uma secção dedicada às manualidades, com os workshops de Punch Needle de lã de ovelha e de reparação de cerâmica através de Kintsugi e regressam, pela terceira vez, os workshops de reparação de calçado.

Por último a programação de showcookings vai trazer novamente ideias e receitas com mais saúde, mais sabor e com menos desperdício. Sofia Magalhães (Blog Da Spice) é uma das estrelas que regressa à cozinha da ‘cidade’ e Bárbara Oliveira, estreia-se no evento com “Receitas para reaproveitar”.

Consumo: Mercado de marcas éticas, Mercado de trocas, Vendas em 2ª mão e Restauração

A zona de mercado conta com mais de 130 marcas, sendo que todas as marcas presentes na Cidade do Zero são nacionais e destacam-se por um ou mais dos seguintes princípios: produção ética, impacto social, circularidade, gestão de resíduos e/ou trabalho com matérias-primas recicladas. J-UNK (calçado feito de mangueiras de bombeiros danificadas por incêndios); Newve (Calçado feito com bolas de ténis recicladas e pele de maçã); Maiswim (bikinis e fatos de banho menstruais); Empatia (marca de moda com um propósito social, da influencer Mafalda Sampaio); Esquivel (joalharia sem género); Tatara (ferramentas de barbear de alta qualidade) são algumas de marcas que voltam a marcar presença nesta edição. Já a Norm (roupa íntima e sexy para a menstruação), Matterpieces (móveis e acessórios de decoração), Natulium (tiras de detergente ecológicas), Cura by the sea (roupa e acessórios), Sereno Slow Studio (vestuário com bordado manual), Angura (moda e acessórios) e Bruga (jardinagem urbana) são algumas das novidades deste ano, juntando-se a tantas outras marcas da área da Moda, Calçado & Acessórios, Malas & Joalharia, Infantil, Desporto & Praia, Casa, Cosmética & Higiene e Limpeza que vale a pena conhecer.

Relativamente ao Mercado de trocas, “tendo em conta que o ano passado esteve sempre lotado e foi um verdadeiro sucesso, nesta edição o espaço da Let’s Swap vai ser ampliado”, afirma Catarina Barreiros. Mantem-se a possibilidade de troca de roupa, de plantas e de bicicletas, com a Sempre a Rodar, e a Babyloop e a Book in Loop terão uma presença mais forte, oferecendo compra e venda de artigos de puericultura e material escolar em segunda mão, como livros e calculadoras gráficas. “Como o evento ocorrerá no período de regresso às aulas, teremos uma zona onde os visitantes poderão deixar e recolher artigos escolares, como mochilas, estojos e lápis”, avisa a coorganizadora.

Por último, a área da alimentação e restauração também cresce para contar com mais espaços e algumas novidades. Entre os espaços e marcas presentes, estarão nomes como Kitchen Dates, O Pequeno Bistrô, The Therapist, Muka e Scoop & Dough; que voltam ao evento e outras novas marcas como a Com vida, GLAD, TooGoodToGo, Dispensa R, Criatura, NAM, e SEMEAR. Nas bebidas voltam a marcar presença o Esporão, a Adega Mayor, a Why Knot e junta-se ainda a Mai Kombucha. De assinalar que à semelhança das edições anteriores serão disponibilizadas fontes de água potável em todo o recinto, fontes ECO de água filtrada, onde os visitantes poderão encher as suas garrafas de forma gratuita, tal como referido em cima.

A acessibilidade e inclusão estão asseguradas na terceira edição da Cidade do Zero, sendo o recinto adaptado a pessoas com mobilidade reduzida e havendo a possibilidade de tradução das palestas para Língua Gestual Portuguesa. “Basta, para isso, ir ter à receção do evento, onde teremos duas tradutoras de Língua Gestual Portuguesa à espera de quem nos visita”, garante Catarina Barreiros.

AEG, Delta, Be@t, DECO, Floema, Goparity, Grupo Ageas Portugal, Pingo Doce, Planta Livre, Salsa Jeans e The Loop voltam a patrocinar o evento. Bruga, Crédito Agrícola, Dechatlon, Instituto Superior de Agronomia, Novo Verde, Santo Infante e Zero Waste Lab, juntam-se este ano à Cidade do Zero, apoiando o encontro e juntando-se às 136 marcas que integram ‘a cidade mais sustentável e mais inclusiva do país’. A Cidade do Zero funciona entre as 10h000 e as 19h30. Mais informações no site oficial do evento, https://cidadedozero.pt/ e ao minuto no Instagram: @cidadedozero.

A Produção da Cidade do Zero Impacto Ambiental Praticamente Neutro

A semelhança da edição anterior o design de todo o espaço é da responsabilidade do arquiteto Manuel Cruchinho, sócio fundador da MCA – Manuel Cruchinho Arquitectos. A produção da “Cidade do Zero” está novamente a ser cuidadosamente planeada para minimizar o impacto ambiental, mantendo o compromisso de utilizar apenas materiais que já estejam disponíveis, cuja produção já esteja programada, ou que sejam reaproveitados. A aposta é, também, em materiais nacionais, renováveis e reciclados.

As bancas do evento serão construídas com madeira nacional proveniente de florestas certificadas, que posteriormente será reutilizada em cofragens de obra. A madeira é cedida pela Companhia das Madeiras, que, em parceria com a Civifran, será responsável por toda a montagem. Os espaços de ensombramento e os limites laterais dos stands serão feitos com tecidos deadstock de fábricas nacionais.

Todo o mobiliário exterior, incluindo caixotes do lixo, mesas e bancos, será reaproveitado da edição anterior, com a decoração a cargo da Santo Infante, que trabalha com marcas nacionais. “Na edição passada, embora o destino planeado para muitos materiais fosse a reutilização em cofragens de obra, várias peças acabaram por ser usadas para outros fins, como a reconstrução de pás de moinhos, pérgulas, bancos e mesas. O mais importante é que todos os materiais tenham um destino sustentável e que nada seja produzido exclusivamente para a ‘Cidade do Zero’. Se o destino final dos materiais mudar, tanto melhor, pois a versatilidade destas peças permite essa adaptação”, explica Manuel Cruchinho.

A sinalética do evento será reutilizada de edições anteriores, assinada pelo Common Ground Studio, um estúdio nacional de design e adecoração interior ficará também a cargo da Santo Infante. As plantas e espaços verdes serão fornecidos pela Planta Livre, utilizando espécies nacionais, com especial atenção para aquelas que são produtivas para alimentação humana.