O Papa Francisco, falecido esta segunda-feira de Páscoa, aos 88 anos, após um AVC que levou a uma insuficiência cardíaca irreversível, deixou por escrito em testamento como deseja ser enterrado: na Brasílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, sem ornamentos especiais e com uma única inscrição – “Franciscus”. O documento foi divulgado pelo Vaticano.
Leia a íntegra do testamento do Papa Francisco:
Em Nome da Santíssima Trindade. Amém.
Sentindo que se aproxima o entardecer da minha vida terrena e com viva esperança na Vida Eterna, desejo expressar minha vontade testamentária apenas quanto ao local da minha sepultura.
Confiei sempre minha vida e o ministério sacerdotal e episcopal à Mãe de Nosso Senhor, Maria Santíssima. Por isso, peço que meus restos mortais repousem, à espera do dia da ressurreição, na Basílica Papal de Santa Maria Maior.
Desejo que minha última viagem terrena se conclua justamente neste antiquíssimo santuário Mariano, onde costumava rezar no início e no fim de cada Viagem Apostólica, confiando com fé minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecendo-Lhe pelo cuidado dócil e materno.
Peço que minha tumba seja preparada no lóculo da nave lateral, entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza da referida Basílica Papal, como indicado no anexo em anexo.
O sepulcro deve estar na terra; simples, sem ornamentos especiais, e com a única inscrição: Franciscus.
As despesas para a preparação da minha sepultura serão cobertas com a quantia de um benfeitor que designei, a ser transferida para a Basílica Papal de Santa Maria Maggiore conforme instruções que providenciei entregar a Mons. Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Capítulo Liberiano.
Que o Senhor conceda a merecida recompensa àqueles que me quiseram bem e continuarão a rezar por mim.
O sofrimento que esteve presente na parte final da minha vida, ofereci ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos.
Santa Marta, 29 de junho de 2022
Certidão de óbito do Santo Padre
A certidão de óbito do Papa Francisco foi disponibilizada ao fim da tarde pelo Vaticano. Veja aqui.
Insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC) foram as causas da morte do papa Francisco. Após o AVC, entrou em coma e teve um colapso cardiocirculatório irreversível.
“A morte foi determinada por registo eletrocardiotanatográfico. Declaro que as causas da morte, segundo meu conhecimento e consciência, são as acima indicadas“, refere o comunicado assinado pelo diretor da Direção de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano, o professor Andrea Arcangeli.
A nota refere os problemas de saúde que afetavam o Papa, como tensão alta, diabetes tipo II, Bronquiectasias múltiplas e a pneumonia bilateral que obrigou a um internamento no Hospital Gemelli, durante 37 dias.
Francisco morreu esta segunda-feira, 21 de abril, às 07h35, na Casa de Santa Marta, no Vaticano.