O ator norte-americano Val Kilmer morreu ontem, dia 1 de abril, em Los Angeles, com 65 anos. Conhecido por papéis icónicos como Jim Morrison e Batman, a sua última atuação foi em “Top Gun: Maverick”.
A notícia foi confirmada pela filha Mercedes Kilmer, revelando que a causa da morte foi uma pneumonia.
Em 2014, Kilmer foi diagnosticado com cancro na garganta, do qual conseguiu recuperar.
Teve uma infância marcada pela morte do irmão afogado em 1977 e pela separação dos pais quando tinha apenas nove anos.
Aos 17 anos, ingressou na prestigiada escola de artes Juilliard, em Nova Iorque. Foi um dos alunos mais jovens a conseguir entrar, concluindo o programa de artes em 1981, dando os primeiros passos da carreira no teatro. Dois anos mais tarde, fez a estreia nos palcos da Broadway com o drama The Slab Boys.
Val Kilmer foi um dos atores mais proeminentes da década de 1990, antes de inúmeras desavenças com realizadores e outros atores terem prejudicado a sua carreira.
Era visto como excêntrico, temperamental, intenso, perfeccionista e egoísta. Em 1997 o jornal Chicago Tribune descrevia-o como um dos “meninos maus de Hollywood” e descrito pela revista Entertainment Weekly como “o homem que Hollywood adora odiar”. Foi nomeado várias vezes ”Pior Ator” nos prémios Razzie, que destacam o pior de cada ano no cinema.
Também teve elogios, como o do realizador de “The Saint” que disse ao Chicago Sun-Times em 1997: “É o ator mais trabalhador que alguma vez vi”.
Estreou-se no cinema em “Top Secret!” (1984) e alcançou fama mundial ao lado de Tom Cruise com “Top Gun” (1986), no papel do aviador Tom ‘Iceman’ Kazansky. Regressou ao papel para a sequela Top Gun: Maverick, em 2022.
Dois anos depois de “Top Gun”, Kilmer casou com a atriz britânica Joanne Whalley, com quem contracenou em “Willow” (1988), e teve dois filhos antes de se divorciar. Mais tarde namorou com as atrizes Angelina Jolie e Daryl Hannah, a cantora Cher e a top model Cindy Crawford.
Em 1991 interpretou Jim Morrison, no filme “The Doors” do realizador Oliver Stone e mostrou que sabia cantar. A sua própria voz foi usada nos momentos musicais.
Em 1995 teve dois grandes sucessos, contracenando com Al Pacino e Robert De Niro no policial “Heat” e sucedendo a Michael Keaton na terceira parte da série Batman – “Batman Forever”.
Teve inúmeros papeis e até foi “O Santo”, provado mais uma vez a sua habilidade de mudar de fisionomia a cada vez que aparecia em novo filme.
Val Kilmer publicou dois livros de poesia (incluindo My Edens After Burns) e foi nomeado para um Grammy em 2012 pelo álbum de spoken word The Mark of Zorro. Foi ainda artista plástico e cientista cristão durante toda a vida.
Em 2021 foi protagonista de um documentário sobre a sua vida. Val, da Amazon Prime Video, mostrou ao mundo vários momentos da carreira de quatro décadas do ator e várias imagens nunca vistas.
“Portei-me mal. Comportei-me corajosamente. Para alguns, comportei-me de forma bizarra. Não nego nada disto e não me arrependo de nada, porque perdi e encontrei partes de mim que nunca soube que existiam“, disse o próprio Val Kilmer sobre a sua carreira no documentário “Val” (2021).