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O último adeus ao Papa Francisco

A urna do Papa Francisco foi oficialmente fechada ontem, sexta-feira e véspera do funeral.. Seguindo a tradição da Igreja, o rosto do Papa foi coberto com um véu de seda branca.

Dentro do caixão foram colocados objetos simbólicos: moedas e medalhas cunhadas durante o seu pontificado e um tubo de metal com a Rogito, documento que resume a sua vida e o seu ministério. Os objetos foram selados pelo Mestre das Celebrações Litúrgicas e acompanhados por orações silenciosas. A cerimónia reservada, foi realizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Francisco será sepultado com os mesmos sapatos pretos simples que usava em vida e com um ritual simplificado, como era ao seu desejo.

No encerramento do caixão estiveram o Cardeal Camerlengo Kevin Farrell, o cardeal Mauro Gambetti, Pietro Parolin, Baldo Reina, Edgar Peña Parra, o esmoleiro do papa Konrad Krajewski e familiares do Papa.

A tampa do caixão de zinco leva a cruz, o brasão do Papa e uma placa com o seu nome, datas de nascimento e morte, e os anos de pontificado. Após a soldadura, foram aplicados os selos oficiais do Vaticano.

O Santo Padre não quis ser embalsamado, como manda a tradição, mas preparado com injeções para retardar a decomposição do corpo,

A cerimónia, marca o fim da homenagem pública ao Papa falecido. Milhares de pessoas acorrem, desde as primeiras horas da manhã deste sábado, à Praça de São Pedro para o último adeus ao Papa Francisco, falecido na última segunda-feira aos 88 anos de idade.

As portas abriram às 05h30 (menos uma em Lisboa), sob fortes medidas de segurança. Na Praça de São Pedro vão estar mais de 160 delegações oficiais, incluindo a de Portugal.

A cerimónia conclui-se com sepultura na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.

A “Missa exequial pelo Romano Pontífice Francisco” inclui elementos que dizem respeito à morte de um pontífice em exercício, como, por exemplo, as súplicas da Diocese de Roma e das Igrejas Orientais, no final da Missa.

Francisco pediu uma simplificação dos ritos, que levou à eliminação do recurso aos tradicionais três caixões – de cipreste, chumbo e carvalho.

Antes da Missa, o corpo é transportado da Basílica de São Pedro para o adro.

Após a Missa Exequial, decorrerá o rito da Ultima Commendatio (última encomendação) e da Valedictio (adeus). O caixão do Papa será então levado para o interior da Basílica de São Pedro e, em seguida, transportado até à Basílica Papal de Santa Maria Maior, onde será sepultado.

O Vaticano adiantou que o rito da sepultura é reservado, pelo que não terá transmissão em direto, ao contrário do que vai acontecer com o percurso do carro funerário pelas ruas de Roma, ao longo de um trajeto de cerca de seis quilómetros – com duração prevista de meia hora.

O caixão é transportado para a sepultura, enquanto são entoados salmos, em latim, e o presidente da celebração introduz as intercessões.

Após a oração pelo falecido Papa, o caixão de madeira que contém os restos mortais é selado com os selos do cardeal camerlengo da Santa Igreja Romana, da Prefeitura da Casa Pontifícia, do Departamento para as Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice e do Capítulo Liberiano (conjunto dos cónegos da Basílica de Santa Maria Maior).

O corpo é colocado no túmulo e aspergido com água benta, seguindo-se o canto do ‘Regina Coeli’, que no tempo litúrgico da Páscoa substitui a recitação do ângelus.

O notário do Capítulo Liberiano lavra o “ato autêntico”, que serve de prova do enterro e lê-o aos presentes.

Em seguida, o documento é assinado pelo cardeal camerlengo, pelo regente da Casa Pontifícia, pelo mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias e pelo próprio notário.

O túmulo foi feito em mármore proveniente da Ligúria (Itália), região natal dos avós do Papa, apenas com a inscrição ‘Franciscus’ e a reprodução da sua cruz peitoral, a pedido do próprio.

Francisco vai ser sepultado no nicho do corredor lateral entre a Capela Paulina (Capela
da ‘Salus Populi Romani’) e a Capela Sforza da Basílica de Santa Maria Maior, perto do altar de São Francisco.

No Vaticano estão milhares de pessoas. Os primeiros lugares foram reservados para os convidados, que, de acordo com o protocolo, se vão sentar tendo em conta o nome do país em francês. Língua que ainda é utilizada no Vaticano para as questões diplomáticas.

Fotos: Vatican News