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Papa Francisco surpreende em missa do Jubileu no Vaticano

O papa Francisco surgiu, este domingo de manhã, aos fiéis na Praça de São Pedro, em Roma. Foi a primeira vez que o Santo Padre apareceu em público desde que teve alta hospitalar há duas semanas.

Uma aparição surpresa na missa pelo Jubileu dos enfermos e do mundo da saúde, um evento que faz parte do calendário do Ano Santo da Igreja Católica em 2025.

Bom domingo a todos, e muito obrigado“, disse o Papa, que usava uma cânula nasal – que serve para administrar oxigênio a pacientes com dificuldade para respirar – e foi levado de cadeira de rodas entre os milhares de fiéis reunidos na praça.

Francisco, de 88 anos, não era visto em público desde 23 de março, altura em que fez uma breve saudação antes de deixar o hospital Gemeli de Roma, onde esteve internado durante mais de cinco semanas devido a uma pneumonia e outras complicações.

Segundo a Sala de Imprensa do Vaticano, antes de saudar os peregrinos do Jubileu, Francisco confessou-se na Basílica de São Pedro e atravessou a Porta Santa do principal templo católico do mundo, ritual que simboliza a purificação dos pecados e o perdão.

Foi o Papa que preparou a homilia lida durante a missa, que acompanhou pela televisão. O arcebispo Fisichella, que presidiu a celebração, leu que Deus não nos deixa sozinhos durante momentos de doença.

Na doença, Deus não nos deixa sozinhos e, se nos abandonarmos a Ele, precisamente onde as nossas forças falham, podemos experimentar a consolação da sua presença“, escreveu o Papa para a homilia.

Convosco, queridos irmãos e irmãs doentes, neste momento da minha vida, estou a partilhar muito: a experiência da enfermidade, de me sentir frágil, de depender dos outros em tantas coisas, de precisar de apoio“, apontou Francisco.

Nem sempre é fácil, mas é uma escola na qual aprendemos todos os dias a amar e a deixarmo-nos amar, sem exigir nem recusar, sem lamentar nem desesperar, agradecidos a Deus e aos irmãos pelo bem que recebemos, abertos e confiantes no que ainda está para vir“, continuou.

No final da missa, foi lida uma mensagem de agradecimento de Francisco. O papa “agradeceu do fundo do coração as orações dirigidas a Deus pela sua saúde“.

O tema também foi abordado no Angelus dominical, divulgado mais uma vez apenas por escrito devido às dificuldades que Francisco ainda enfrenta para falar.

Caríssimos, assim como durante o internamento, agora na hora da convalescença sinto o dedo de Deus. E oro por médicos, enfermeiros e operadores da saúde, que nem sempre conseguem trabalhar em condições adequadas e às vezes são até vítimas de agressões. A missão deles não é fácil e precisa ser apoiada e respeitada“, escreveu o pontífice, pedindo investimentos para que os sistemas de saúde sejam “inclusivos e atentos aos mais pobres“.

O Papa também renovou o apelo pela paz na Ucrânia, na Faixa de Gaza, “onde as pessoas são forçadas a viver em condições inimagináveis, sem teto, comida nem água limpa“, no Sudão, no Sudão do Sul, na República Democrática do Congo, no Haiti e em Myanmar, palco de um terremoto devastador após quatro anos de guerra civil.

Semana Santa

Ainda é uma incerta a participação do líder da igreja católica nos eventos da Semana Santa. Mas é praticamente certa a sua ausência no período que se inicia no dia 13 de abril com o Domingo de Ramos e encerra, em 20 de abril, com a Páscoa.