A Assembleia da República aprovou esta quinta-feira, dia 20, por unanimidade a concessão de honras de Panteão Nacional aos restos mortais de Sophia de Mello Breyner Andersen, assinalando os dez anos da morte da escritora e os quarenta anos do 25 de Abril, noticia a “Lusa”.
No projeto de resolução lê-se que a concessão de honras de Panteão Nacional a Sophia de Mello Breyner Andersen é uma forma de homenagear “a escritora universal, a mulher digna, a cidadã corajosa, a portuguesa insigne” e uma evocação do seu exemplo de “fidelidade aos valores da liberdade e da justiça”.
Segundo o diploma será agora constituído um grupo de trabalho, composto por representantes de cada grupo parlamentar com “a incumbência de determinar a data, definir e orientar o programa da trasladação, em articulação com as demais entidades públicas envolvidas”.
“Grande poeta, cidadã exemplar, portuguesa ilustre, europeia consciente, Sophia de Mello Breyner Andresen foi uma das grandes figuras do nosso tempo. Na sua vida e na sua obra, há uma grandeza de ideais, de valores e de qualidades em que o país se reconhece e em que a democracia se revê”, é referido no projeto de resolução agora aprovado e que foi subscrito por todas as bancadas parlamentares.
Embora inicialmente não estivesse prevista a discussão em plenário do diploma, os grupos parlamentares acabaram por dispor de alguns minutos para intervir, com todos a congratularem-se pela iniciativa.
Nascida no Porto, Sophia de Mello Breyner Andresen, de origem dinamarquesa pelo lado paterno, foi a segunda mulher a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999.
A escritora foi cofundadora da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos, durante a ditadura, e, após o 25 de Abril, foi eleita deputada à Assembleia Constituinte.