O novo romance de Lídia Jorge, “Os memoráveis”, que tem como cenário o 25 de Abril de 1974, chega esta terça-feira, dia 11, às livrarias, dia em que a autora fala sobre a obra na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa.
De acordo com a agência “Lusa”, a trama narrativa é protagonizada por Ana Maria Machado, uma repórter portuguesa em Washington que, em 2004, foi convidada a fazer um documentário sobre a Revolução, considerada pelo embaixador norte-americano à época em Lisboa como “um raro momento da História”, segundo comunicado das Publicações D. Quixote que chancelam o romance.
A repórter aceita o trabalho, forma uma equipa e entrevista vários intervenientes e testemunhas do golpe de Estado, “revisitando os mitos da Revolução de Abril”, segundo o mesmo comunicado.
“Um percurso que permite surpreender o efeito da passagem do tempo não só sobre esses heróis, como também sobre a sociedade portuguesa, na sua grandeza e nas suas misérias. Transfiguradas, como se fossem figuras sobreviventes de um tempo já inalcançável”, lê-se no comunicado.
Segundo a editora, “as personagens de ‘Os Memoráveis’ tentam recriar o que foi a ilusão revolucionária, a desilusão de muitos dos participantes e o árduo caminho para uma Democracia”. Há uma segunda linha narrativa, liderada pelo pai da protagonista, António Machado, que “retrata em privado o destino que se abate sobre todos os outros”.
Lídia Jorge, autora amplamente premiada e traduzida, fala na Casa Fernando Pessoa, na terça-feira, às 18h00, sobre este romance, que será apresentado oficialmente pelo jornalista Mário Mesquita e pela atriz Beatriz Batarda, no dia 18 de março às 18h30, no Teatro Aberto, em Lisboa,
Lídia Jorge, de 67 anos, é autora, entre outros, dos romances, “O Dia dos Prodígios” (1980), “O Cais das Merendas” (1982), “Notícia da Cidade Silvestre” (1984), “A Costa dos Murmúrios” (1988), e “O Vale da Paixão” (1998), que recebeu os prémios Dom Dinis, Bordallo, Ficção do PEN Clube, Máxima de Literatura e o Jean Monet de Literatura Europeia — Escritor Europeu do Ano, tendo sido finalista do International IMPAC Dublin Literary Award, em 2003. Em 2002 publicou “O Vento Assobiando nas Gruas”, a que se seguiu “Combateremos a Sombra”.
Pelo conjunto da sua obra, a escritora natural de Boliqueime, no Algarve, recebeu o prémio da Fundação Günter Grass, na Alemanha, Albatroz, em 2006, e o Grande Prémio Sociedade Portuguesa de Autores, em 2007.
No ano passado, a revista francesa Le Magazine Littéraire incluiu Lídia Jorge entre as “10 grandes vozes da literatura estrangeira”.