Uma exposição com 392 peças de joalharia dos séculos XVIII e XIX, encerradas em cofres durante 50 anos, é inaugurada esta quarta-feira, dia 16, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, revelando o encontro entre o mundo hindu e cristão.
“Esplendores do Oriente – Joias de Ouro da Antiga Goa” é o título desta exposição que é inaugurada às 18h30, na Sala do Torreão do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA).
Compõem a mostra colares, pendentes, pentes-tiaras e outros ornamentos para o cabelo, anéis, pulseiras, escapulários, fivelas e outros objetos em ouro, todos de “grande importância, por documentarem a joalharia goesa dos séculos XVIII e XIX”, segundo os comissários da exposição, Anísio Franco e Luísa Penalva.
O valioso conjunto de peças em ouro traz consigo uma história ligada à presença colonial portuguesa em Goa e às relações diplomáticas entre Portugal e a Índia.
A 12 de dezembro de 1961, perante a iminente invasão de Goa pelas tropas indianas, que aconteceria poucos dias depois, o gerente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Goa, Jorge Esteves Anastácio, decidiu preservar um conjunto de bens guardados no banco, enviando-o de barco para Lisboa.
Parte dessa remessa era constituída por joias depositadas por particulares, apreensões de contrabando e cauções de pequenos empréstimos concedidos pelo BNU.
Após a fusão do BNU na Caixa Geral de Depósitos (CGD), foram analisados os bens que se encontravam na instituição bancária, e, passados 50 anos, em 2011, um grupo de trabalho, que reuniu também o Ministério das Finanças e o MNAA, abriu as caixas e ficou a ser conhecido o seu conteúdo.