Atualidade

Legislativas: Passos e Portas querem governar

Após a vitória nas eleições de domingo, dia 3, com 36,8% dos votos, o que se traduz em 99 deputados na Assembleia da República, a coligação Portugal à Frente (PSD/CDS) quer formar Governo.

No discurso de vitória, o líder da coligação, Pedro Passos Coelho, anunciou que vão ser convocados os órgãos dos respetivos partidos para “formalizar um acordo de governo que sempre esteve subjacente ao acordo de coligação”. Além disso anunciou que, nos próximos dias, comunicará ao Presidente da República que está “disponível para formar Governo”.

Sem maioria absoluta, Passos Coelho considerou que é “inegável” que o novo desenho parlamentar “exigirá mais de todos nós”, adiantando que tomará a iniciativa de, no plano parlamentar, contactar o PS para “procurar os entendimentos indispensáveis a reformas importantes e estruturais”, entre elas a da Segurança Social.

Costa não se demite
O Partido Socialista registou uma subida em relação às últimas eleições legislativas, ao arrecadar 32,38% dos votos, contra 28,07% em 2011, mas acabou por ser o grande derrotado da noite.

O secretário-geral dos socialistas, António Costa, assumiu “por inteiro a responsabilidade política e pessoal pelo resultado” mas mantém-se na liderança do partido, recusando uma demissão. Além disso, frisou que o PS não irá inviabilizar o governo sem ter um governo para viabilizar. “Ninguém conta connosco para sermos só uma maioria do contra”, sublinhou.

Esquerda elege mais deputados
À esquerda a vitória foi para o Bloco de Esquerda, porque duplicou o resultado de há quatro anos, passando de oito para 19 deputados. Os 10,2% de votos representam, aliás, o melhor resultado de sempre do BE. Ou seja, Catarina Martins conseguiu ainda melhor do que o fundador Francisco Louçã, em 2009 (9,82%).

Também a CDU cresceu em percentagem (8,26%) e conseguiu mais um deputado. Porém, cresceu menos do que se previa.

PAN é a grande surpresa
Mas a noite de eleições ainda reservava mais uma surpresa. O PAN – Pessoas, Animais e Natureza – destacou-se entre os partidos pequenos, ao eleger um deputado para o Parlamento, ao alcançar mais de 74 mil votos (1,39%) no país todo. “Este é um momento histórico para a democracia portuguesa, há quase 20 anos que um novo partido não entrava na Assembleia da República. Conseguimos um crescimento próximo dos 30% em relação às últimas eleições legislativas, o que catapulta o PAN como um verdadeiro partido de nível nacional”, afirmou André Silva, líder do partido e que vai ocupar um lugar na Assembleia.

Já partidos como o PDR (Partido Democrático Republicano) e o Livre/Tempo de Avançar, que em muitas sondagens eram apontados como passíveis de garantirem um lugar na Assembleia da República, acabaram por sair derrotados.