Os alimentos que são embalados em cartão podem acarretar riscos para a saúde. Esta foi a conclusão a que chegou um estudo – apresentado em Paris pela organização de defesa do consumidor e da qualidade alimentar Foodwatch – realizado em três países (França, Alemanha e Holanda) e que se baseou na análise de mais de uma centena de produtos europeus.
A investigação revelou que muitos dos produtos eram potencialmente cancerígenos e suscetíveis de provocar perturbações no sistema endócrino e alterações genéticas.
De acordo com a Foodwatch, 43% dos produtos analisados nos três países estavam contaminados por hidrocarbonetos aromáticos derivados de óleos minerais, que são substâncias cancerígenas, mutagénicas ou tóxicas.
“Os hidrocarbonetos que contém estas embalagens são potencialmente cancerígenos e os responsáveis da indústria agroalimentar e as autoridades fecham os olhos perante o problema”, afirmou a diretora de comunicação da Foodwatch França, Ingrid Kragl, .
Além disso, a pesquisa revelou uma grande incidência de hidrocarbonetos saturados, muito prejudiciais para os seres humanos e que foram encontrados em 83% dos produtos analisados.
Conforme explicou o presidente da Rede de Saúde Ambiental, André Cicolella o processo de contaminação pode ocorrer nas diversas etapas a que um produto é submetido: linha de produção, embalamento, armazenamento e transporte.
André Cicolella, toxicologista especializado na avaliação de riscos sanitários, pediu às autoridades para atuarem face a esta “situação de crise sanitária” através de uma regulamentação séria.
A associação defende que se deve acrescentar uma embalagem extra entre os alimentos e o cartão, para que se consiga isolar os alimentos das substâncias tóxicas, ou a criação de materiais de embalamento mais eficazes e seguros são algumas das possíveis soluções recomendadas pela organização.
De forma a promover esta causa, a Foodwatch lançou uma petição na sua página na internet.