Realizada ano após ano, a Gala da Abraço usa a expressão artística como forma de sensibilização para o VIH/SIDA. 2015 não foi exceção e no primeiro de dezembro várias figuras públicas juntaram-se num evento solidário para uma noite divertida, no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa.
José Carlos Malato foi um dos jurados da 23ª edição da gala. Personalidade muito querida do grande público, o apresentador da RTP aproveitou a ocasião para mais uma vez ser “uma voz ativa” na sociedade, usando da melhor forma o seu estatuto de figura pública.
Malato falou no papel do Estado no combate ao preconceito para com vítimas desta doença e salientou o facto de, este ano, o evento ter a particularidade de “ser a primeira gala neste novo arranjo político”: “As duas primeiras medidas tomadas pelo novo Governo foram extraordinárias: A possibilidade de qualquer cidadão neste país independentemente do género ou orientação sexual poder adotar e a questão do aborto, da discriminação que acontecia com muitas mulheres. São medidas que têm a ver com a vida das pessoas e isso é o mais importante: O coração voltou!”.
Embora não sinta “o apelo da paternidade”, Malato explicou que “uma coisa é eu não querer, outra coisa é não ter a possibilidade de o fazer, e isto abre uma janela de oportunidade muito grande para as pessoas que querem ser pais”.
Declaradamente apoiante de António Costa, o apresentador não escondeu a felicidade pela reviravolta que aconteceu nos últimos tempos e lamentou que outras entidades não usem da sua “influência na sociedade para fazer a diferença”, como é o caso do Papa. “Tenho pena que o Papa, que é ‘tão para à frente’ afirme que há coisas mais importantes a discutir que o uso do preservativo, infelizmente esse ainda é um assunto tabu do ponto de vista teológico”, ressalvou, salientando que “o preservativo pode fazer a diferença”.
Fotos: Alexandra Martins do Vale