Aumentar o preço das bebidas alcoólicas pode ajudar a diminuir infecções sexualmente transmissíveis (DST) como a gonorreia. A conclusão é de um estudo realizado pela Universidade da Florida, nos EUA.
O caso foi analisado no Estado de Maryland, que aumentou de 6 para 9% o imposto sobre as vendas de álcool, em 2011. Segundo os cientistas, a medida levou a uma redução de 24% nas taxas de gonorreia.
Para atribuir os efeitos, a equipa comparou a incidência de DST de Maryland com a de outros 13 Estados que não fazem fronteira e que não aprovaram aumentos nos impostos de bebidas na mesma época. O estudo mostrou que houve 2.400 casos a menos de gonorreia nos 18 meses seguintes à subida dos preços.
Num artigo publicado pela revista American Journal of Preventive Medicine, os autores explicam que o impacto é comparável ao das medidas relacionadas com a distribuição de preservativos. Só que, no caso do aumento de impostos, o Estado não gasta, e ainda aumenta a sua receita.
Mas porque é que a medida não teve efeito nos números de outras doenças, como a clamídia, por exemplo? Segundo os pesquisadores, porque essa e outras DST podem ser assintomáticas ou apresentar sintomas mais ligeiros do que a gonorreia. Esta última doença também costuma ser mais concentrada, e por isso é mais fácil avaliar a influência de pequenas mudanças, como a redução no consumo de álcool.