A cantora francesa, celebrizada pela interpretação de canções como “Je ne Regrette Rien” e “La Vie en Rose”, nasceu há 100 anos no número 72 da rua de Belleville, um bairro de imigrantes nos arredores de Paris.
Filha de um acrobata de rua e de uma cantora de cabaret de origem italiana, a vida de Edith Piaf foi marcada pela pobreza e pelas tragédias, inclusive nos seus dias de glória.
A infância da artista passou-se entre a miséria, a doençae os circos ambulantes onde trabalhava o pai, que a criou quando a mãe se foi embora.
Aos 14 anos, trocou o lar familiar pelos cabarets de Pigalle e, ainda adolescente, deu à luz a sua única filha, Marcelle, que morreu de meningite aos dois anos e meio.
O seu primeiro êxito chegou quando tinha 20 anos, graças ao empresário Louis Leplée, que a batizou como “A Menina Pardal” (“La Môme Piaf”) e a ajudou a gravar o primeiro disco.
Mas o estranho assassínio do seu mentor voltou a empurrá-la para a miséria. Conheceu, então, duas das pessoas que mais marcariam a sua vida artística e pessoal: o compositor Raymond Asso, seu novo mentor e amante, e a pianista Marguerite Monnot, que a acompanharia durante toda a carreira. Em 1946, gravou o seu grande êxito “La Vie en Rose”.
Porém, o drama parecia perseguir Édith Piaf, que cerca de dois anos depois conheceu, em Nova Iorque, o boxer Marcel Cerdán, por quem se apaixonou e que morreu um ano mais tarde, num acidente de avião. Para ele, escreveu “Hymne à l’Amour”.
Nos anos 1950, com uma carreira de projeção internacional, casou-se com o cantor Jacques Pills e manteve relações amorosas com os cantores Charles Aznavour e Georges Moustaki. Ao mesmo tempo tentou livrar-se do vício na morfina.
Uma década depois, em 1960, os médicos recomendaram-lhe que abandonasse o palco. Mas Piaf preferiria morrer a deixar de cantar e em 1961 deu um histórico concerto para tirar da ruína o lendário Teatro Olympia de Paris.
Perante o olhar de amigos como Alain Delon, Louis Armstrong, Paul Newman, George Brassens, Duke Ellington e Jean-Paul Belmondo, Piaf estreou “Je ne Regrette Rien”, emocionando a audiência.
Pouco depois, casou-se com o cantor Théo Sarapo, 20 anos mais novo, e a 10 de outubro de 1963 morreu, numa casa de campo na localidade mediterrânica de Grasse.
O seu corpo foi transportado em segredo para Paris, onde, no dia seguinte, se anunciou que tinha morrido, de acordo com os desejos da diva. A cantora foi sepultada no cemitério de Père Lachaise.