A esclerose lateral amiotrófica (ELA) provoca a morte dos neurónios motores, responsáveis pelos movimentos do nosso corpo. Progressivamente os doentes perdem a capacidade de se mover, de falar e, finalmente, de respirar. Agora, cientistas da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, descobriram a causa da ELA.
Uma proteína chamada SOD1 junta temporariamente três moléculas (o trímero) que é altamente tóxico para os neurónios motores, levando à morte dessas células.
“É um grande passo”, disse a principal autora do trabalho, Elizabeth Proctor, da Universidade da Carolina do Norte, “porque até agora ninguém sabia quais eram as interações tóxicas na origem da morte dos neurónios motores nestes pacientes”.
“Os nossos resultados constituem uma grande descoberta porque lançam uma nova luz sobre a causa de morte dos neurónios motores e podem, por isso, ser muito importantes para o desenvolvimento de novas drogas”, assegurou o responsável pela descoberta, Nikolay Dokholyan, acrescentando que o próximo passo é descobrir uma forma de impedir a formação dos aglomerados. Já se fala num medicamento que poderá ser testado daqui a dois anos.
Será também importante perceber até que ponto a descoberta pode contribuir para o tratamento de outras doenças neurodegenerativas, como Parkinson ou Alzheimer.
Recorde-se que a doença ficou mundialmente conhecida com o “desafio do balde de gelo”, em 2014, que terá resultado em cerca de 100 milhões de dólares para investigação.