É no papel de Sofia que a vemos agora a brilhar na novela da SIC “Coração d’Ouro”. Na ficção, Adelaide de Sousa interpreta uma mulher sofrida e com uma vida muito diferente da que leva na vida real.
Aos 46 anos, a atriz conquista quem a rodeia com um sorriso que lhe emoldura os lábios e transmite luz no olhar. O seu discurso é fluído e sem reticências, como quem nada tem a esconder.
A Move Notícias esteve com Adelaide durante as gravações das cenas do casamento de Inês (a sua filha na história interpretada por Mariana Monteiro) e João (Diogo Lopes), no Porto, e ficou a conhecer melhor a mulher que está por detrás da profissional.
Numa fase acelerada do trabalho, garante que “não existe cansaço” da sua parte. “Nós entramos nisto sabendo que iriamos fazer uma maratona e sinto-me bem”. Nesse ponto, as audiências dão alento, ou seja, “sentir o reconhecimento das pessoas e o bom feedback, é muito bom para o ator”, explicou.
Ainda na trama, Adelaide de Sousa lida com falta de desejo sexual da sua Sofia, tocando num problema que afeta muito o público feminino. E, quanto a isso, “há ainda coisas em aberto, ainda estamos a tentar perceber como é que tudo vai acontecer. É um problema que a Sofia tem com toda a gente, mesmo quando teve um caso extraconjugal correu muito mal”, adiantou, acrescentando que “ter falta de líbido é um assunto recorrente, que não é tão raro como as pessoas pensam. Há mais mulheres que sentem isso e até alguns homens, apesar de serem menos”.
Problemas ditados pelo guião que parecem não afetar a realidade. Casada há quase 13 anos com Tracy Richardson e com um filho, Kyle, de seis anos, Adelaide transpira felicidade, daí que a estada na Invicta para gravar tenha sido “um bocadinho difícil”. Isto porque “já não estávamos separados há algum tempo. Mas falamos sempre, ligo de manhã, à noite, conversamos sempre, estamos próximos, apesar da separação estamos próximos e eu acho que isso é o mais importante, sentir que estamos acompanhados”, confessou.
Apesar de muito ligada à família, “fico triste de me separar mesmo que seja por três dias da minha família, mas estou muito bem sozinha. Depois volto com mais vontade e paciência que é o que devemos ter para nos suportarmos uns aos outros. Eu preciso muito disso e o meu marido sabe”.
Quando se isola, Adelaide de Sousa gosta de “não fazer nada”: “Às vezes, o ginásio é um bom escape, estou ali no meu mundozinho… Ou sentar-me num sítio sem fazer absolutamente nada, sem responder a telefonemas nem conversar com ninguém. Silêncio é tão bom”.
A par da representação, há um percurso na apresentação que também a destaca e que gostaria de retomar. Mas, “por enquanto ainda não, também só parei há relativamente pouco tempo”. Recorde-se que foi como bailarina e assistente de “Destino X” na SIC que se estreou em televisão, mas não demorou a tornar-se apresentadora com “Não te enerves” na TVI mesmo antes de vingar como atriz na década de 90.
Em 2000, Adelaide fez as malas e foi viver para Nova Iorque, para estudar representação no Lee Strasberg Theater Institute. Foi nessa altura que conheceu o homem com quem se casou. No currículo, ainda tem a experiência como hospedeira e modelo, e um livro que escreveu, “Mulheres Guerreiras – Histórias de Esperança, Coragem e Superação”, uma luta que continua a apoiar no projeto Guerreias.
Fotos: José Gageiro e facebook de Adelaide de Sousa