O fadista Camané, por duas vezes distinguido com o Prémio Amália, inicia este domingo, dia 4, na Holanda, um digressão por oito palcos europeus, com um alinhamento que passa em revista uma carreira de cerca de 30 anos, noticia a “Lusa”.
Segundo a produtora do fadista, no domingo, o criador de “Sei de um rio” atua no Chassé Theater N.V., em Breda, na Holanda, seguindo para Antuérpia, na vizinha Bélgica, onde canta na quarta-feira no De Roma, espaço que tem recebido vários artistas portugueses.
No dia seguinte Camané sobe ao palco do De Warande, em Turnout, também na Bélgica, país de que se despede na quinta-feira com um espetáculo no De Spil, em Roeselare.
No sábado, dia 10 de maio, o intérprete de “Guitarras de Lisboa” atua no Schlosstheater, em Fulda, na Alemanha e no dia seguinte no Stadttheater, em Fürth, também na Alemanha.
No dia 15 de maio o criador de “Guerra das Rosas” canta no Army Hall, em Skopje, na Macedónia, encerrando esta digressão europeia no dia 18 no Konzerthaus, em Viena, na Áustria.
Camané é acompanhado em palco, durante esta digressão, pelos músicos José Manuel Neto, na guitarra portuguesa, Carlos Manuel Proença, na viola e Paulo Paz, no contrabaixo.
Camané, 46 anos, começou a cantar fado e a gravar ainda jovem, fortemente influenciado pelo meio familiar. Em 1979, venceu a Grande Noite do Fado de Lisboa, tendo participado, na década de 1980, em várias produções teatrais de Filipe la Feria, como “Grande Noite”, “Maldita Cocaína” e “Cabaret”.
Em 1995, com o CD “Uma noite de fados”, gravado ao vivo no Palácio das Alcáçovas, em Lisboa, iniciou uma parceria regular com o músico José Mário Branco, como produtor, que se mantém até hoje.
Em 1998, editou “Na Linha da vida”, que a imprensa considerou um dos melhores álbuns do ano e que incluiu fados como “Eu não me entendo” ou “Senhora do Livramento”.
Em 2008, editou “Sempre de mim”, em que interpretou poetas como Luís Macedo e Pedro Homem de Mello, e resgatou composições inéditas de Alain Oulman, compositor exclusivo de Amália Rodrigues, falecido em 1990.
Ao longo da sua carreira, até este ano, entre álbuns de estúdio, gravados ao vivo e um em que fez uma primeira compilação do seu repertório, “The art of Camané — The prince of fado”, editado em 2004 pela Hemisphere, o fadista soma 12 álbuns, excluindo os discos gravados na juventude.
Camané tem feito incursões noutros géneros musicais. No ano passado atuou no Festival Île de France, em Paris, numa homenagem a Cesária Évora, acompanhado pelos músicos da cantora cabo-verdiana, e foi um dos escolhidos para integrar o projeto “Humanos”, com Manuela Azevedo e David Fonseca, que recuperou temas inéditos de António Variações, 20 anos após a morte deste autor.
Este ano Camané realizou uma digressão nacional por 12 palcos e no ano passado, entre outros palcos, atuou no Festival Culturel Maghrébin, naquela que foi a sua estreia na Argélia.