Cultura

Eça é o autor português mais traduzido na China

Eça de Queiroz é o autor português mais traduzido em chinês, com cinco títulos já publicados naquela língua, seguido de José Saramago e Fernando Pessoa, apuraram dois investigadores chineses, noticia a “Lusa”.

O autor de “Os Maias” encabeça a lista dos 22 escritores portugueses traduzidos para chinês publicada esta semana pela “Portu-Nês”, uma revista online dedicada aos Estudos Lusófonos na China.

“Vasculhámos todos os cantos possíveis, descobrindo logo que os livros publicados há mais de duas décadas estão quase completamente esgotado”, assinalaram os dois investigadores, Sang Dapeng e Xian Tingting, ambos licenciados em língua portuguesa.

A maioria dos autores, entre os quais os poetas Eugénio de Andrade e Sophia de Mello Breyner Andresen, é do século XX e três deles (Alice Vieira, Luís Miguel Rocha e Maria González) continuam a publicar.

Cronologicamente, a lista começa com dois dos mais aclamados clássicos do século XVI: Luís de Camões e Fernão Mendes Pinto.

No século XIX, Eça de Queiroz aparece acompanhado por Fialho de Almeida, Júlio Dinis, Camilo Castelo Branco.

Ferreira de Castro, Manuel da Fonseca, Soeiro Pereira Gomes, Domingos Monteiro, Luís Sttau Monteiro, Fernando Namora, Camilo Pessanha, Alves Redol e Miguel Torga são os outros nomes da lista.

No conjunto, Sang Dapeng e Xian Tingting descobriram 41 títulos escritos por autores portugueses.

“Em comparação com a publicação literária de outras línguas estrangeiras, este número ainda é reduzido e não está à altura do desenvolvimento literário em pleno auge de língua portuguesa nos últimos anos”, afirmam os dois investigadores chineses.

“Além disso, dado que uma grande parte desses livros foi publicada há muitos anos (os mais antigos datam da década de 50), é pouco possível que os leitores chineses os tenham à perfeita disposição”, acrescentam.

Trata-se de um estudo de “enorme relevância para o desenvolvimento dos estudos de tradução e informação de interesse público”, diz o editorial da Portu-Nês acerca do trabalho dos dois investigadores chineses.

O ensino do português na China continental, que até há 15 anos estava confinado a duas universidades (em Pequim e Xangai), é hoje ministrado em mais de vinte universidades.

Aquele rápido desenvolvimento está associado aos crescentes laços económicos e comerciais entre a China e os países de língua portuguesa, sobretudo Angola e Brasil.

Lançada há dois anos, coordenada por Cristina Agua Mel, a revista online “Portu-Nês” apresenta-se como “uma plataforma de contacto permanente entre a rede de professores e estudantes de português na China”.

Eça Queiroz