Um estudo divulgado ontem (dois de maio) pela revista Nature identifica genes e processos de mutações genéticas envolvidos no desenvolvimento do cancro da mama, o que deverá permitir a criação de novos medicamentos para tratar a doença.
Liderada por Michael Stratton, diretor do Instituto Sanger, em Cambridge (sudeste da Inglaterra), a pesquisa, foi muito bem recebida pela comunidade científica no Reino Unido.
Em declarações à cadeia pública britânica BBC, Stratton disse que a descoberta “é um marco significativo para a investigação do cancro”.
“No fim do século passado, fomos capazes de identificar os primeiros genes individuais mutantes. Agora, com a nossa capacidade de sequenciar todo o genoma de um grande número de cancros, estamos no caminho para criar uma lista completa destes genes mutantes do cancro”, explicou.
A equipa internacional de cientistas examinou os três mil milhões de letras que compõem o código genético em 560 casos de cancro da mama (556 mulheres e quatro homens).
Encontrando um total de 93 conjuntos de genes que, se mutarem, podem causar tumores.
Os autores identificaram um número de “assinaturas de mutações” (marcas deixadas pela mutação) nos genomas de pacientes com cancro, que estavam associadas a reparações imperfeitas do ADN e à função dos genes supressores dos tumores BRCA1 ou BRCA2.
No geral, os cientistas identificaram 12 tipos de “dano” que podem causar mutações no peito, alguns relacionados com o historial médico familiar, enquanto outros continuam sem ter uma explicação associada.
“No futuro, gostaríamos de traçar o perfil individual dos genomas de cancro, a fim de identificar o tratamento mais benéfico para uma mulher ou um homem diagnosticado com cancro da mama”, afirmou Serena Nik-Zainal, uma das investigadoras.