Televisão

“Aqui tão Longe” conquista na RTP1

A série da RTP continua a dar cartas na ficção nacional.

“Aqui tão Longe” conquistou o público com a sua abordagem nua e crua sobre a distância, aquela entre pessoas, objetivos, sonhos; aquela entre o que queremos e o que podemos, entre o que desejamos e o que precisamos. A distância entre a necessidade de segurança e o impulso pela busca de aventura, entre o que somos e o que desejamos ser, entre o que éramos e no que nos vamos tornar; entre o que o mundo faz de nós e nós com ele.

A ação decorre maioritariamente em Lisboa, no Portugal atual, multicultural, em crise social, económica e de valores. A maneira como o panorama presente afeta as relações humanas é o catalisador da narrativa. As circunstâncias sobrepõem-se à vontade de cada um dos personagens, obrigando a sucessivas e bruscas mudanças de planos de cada uma delas.

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O núcleo da série é a família: as transformações que a atual crise, a austeridade, a instabilidade social, a ameaça de terrorismo, e o medo, provocaram nos agregados familiares, que se mantêm, apesar de tudo, como único elemento de refúgio e segurança.

“Aqui tão longe” é também, por isso, uma série onde pessoas de várias gerações, e de uma classe média em risco de extinção, lutam para ter mais da vida para além da mera sobrevivência, recusando até à última o facto de que a batalha travada é apenas para não perderem o pouco que ainda têm. A sombra da austeridade reinante resulta numa metáfora da perda e do medo, a todos os níveis. A intensa confusão, desvario e desnorte empurram cada um dos protagonistas para situações que os transformam naquilo que precisam de ser, mais do que naquilo que gostavam de se tornar.

Acompanhe de terça a sexta, pelas 22h00 na RTP1.

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