À medida que a esperança de vida aumenta, também mais idosos começam a ficar sozinhos e abandonados.
Estima-se que, a partir dos 75 anos, são muitos os indivíduos que se vêm a braços com a solidão e os efeitos não são só emocionais, afetam também a saúde física e psicologicamente.
Um pouco por todo o mundo – onde Portugal não é excepção – o problema da solidão e do abandono na classe mais idosa da população parece ser ainda mais preocupantes.
O professor Keith Willett, do Department of Health no Reino Unido, chegou até a alertar que se não se fizesse nada em relação a isto os hospitais acabariam por se transformar em “dormitórios para idosos” sem qualquer estrutura de apoio em casa.
E a solidão não é trivial, é um problema de saúde sério que pode ser tão prejudicial para a saúde do corpo como fumar 15 cigarros por dia, e mais perigoso ainda do que a obesidade.
O isolamento a longo prazo e a falta de uma rede de amigos estão diretamente ligados ao risco de demência, pressão alta e perda de imunidade. A solidão também pode causar problemas cardíacos e até cancro.
O psicólogo de Chicago que estudou o fenómeno, John Cacioppo, afirma que a solidão faz tão mal quanto ser alcoólico e aumenta, em 14%, o risco de morte prematura.
Isso acontece porque a sensação de solidão aumenta os níveis do cortisol, o hormona do stresse, que coloca a pressão arterial numa zona perigosa.
“Vivemos cada vez mais situações de solidão. Estamos a ficar cada vez mais velhos, a casar mais tarde e a ter menos filhos”, diz o psicólogo. A questão, é que – ao contrário de em vícios como cigarro e álcool – “não há tratamento, adesivo ou pastilhas que consigam melhorar uma condição de isolamento. Na vida adulta, é muito mais difícil fazer amigos do que na infância ou na juventude”.
Com o passar dos anos, estas pessoas podem, inclusivamente, começar a perder a capacidade de falar fluentemente, por falta de prática devido ao isolamento. Bem como começar a sofrer de ansiedade, depressão, desespero, tudo por causa da solidão.
Problemas que, como se sabe, com alguma frequência levam os idosos a recorrer aos centros de saúde e hospitais, que podem até acabar por passar tratamentos com medicamentos caros como antidepressivos, que não são, de todo, a cura para a solidão, destaca o Daily Mail.