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Milhares despedem-se de Muhammad Ali

O funeral da lenda do boxe ficou marcado por uma procissão de 30 quilómetros, sempre acompanhada por uma multidão de pessoas, e na qual não faltaram gritos de exaltação, palavras de homenagem, flores e muita emoção.

O cortejo fúnebre de Muhammad Ali, uma das maiores figuras do desporto mundial, percorreu as ruas da sua cidade natal Louisville, e foi acompanhado por milhares de pessoas, algumas vindas de países remotos, da África e da Ásia.

Perante um dia de grande calor, a multidão ergueu cartazes, balões, fotos e desenhos, e até luvas de boxe, com incontáveis ramos de flores a colorirem um percurso, anunciado por uma vintena de limousines, onde seguiam os numerosos filhos e netos da lenda do desporto mundial, assim como figuras conhecidas, como o ator Will Smith e os antigos campeões mundiais do boxe Lennox Lewis e Mike Tyson.

A procissão parou à porta do cemitério Cave Hill, onde Cassius Clay (o verdadeiro nome de Muhammad Ali), considerado o maior pugilista de sempre, foi homenageado pela última vez, na mais estrita intimidade.

Na cerimónia inter-religiosa de homenagem ao boxeur, que decorreu na arena desportiva ‘KFC Yum! Center’, perante 15 mil pessoas, o discurso mais emocionado foi feito pela sua mulher Lonnie, que subiu ao palco enquanto a assistência gritava o nome do seu marido.

“Se o Muhammad não gostava das regras, reescrevia-as. A sua religião, o seu nome, as suas crenças, o seu estilo, o que fosse, independentemente das consequências”, disse emocionada.

A conselheira presidencial Valerie Jarret leu uma mensagem do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e da sua mulher, Michelle, ausentes devido à cerimónia de graduação da filha Malia: “Muhammad Ali é os Estados Unidos. Muhammad Ali será sempre os Estados Unidos.”

Ali, três vezes campeão mundial de pesos pesados e ativista pelos direitos humanos, morreu a 3 de junho aos 74 anos, na sequência de problemas de saúde agravados por uma longa batalha contra a doença de Parkinson.