Depois de anos passados a condenar o consumo de manteiga, a ciência vem agora confessar que este alimento, afinal, para além de não prejudicar a saúde cardíaca, pode ter um efeito protetor conta a diabetes tipo 2.
Estas são as mais recentes conclusões de um estudo da Universidade de Tufts e que vem deitar por terra todas as teorias até agora defendidas e que diziam que o consumo de manteiga é altamente nocivo para a saúde.
De acordo com a investigação, publicada na revista PLOS One e levada a cabo pela investigadora Laura Pimpin, comer um pouco de manteiga não vai matar ninguém, embora este alimento continue a não ser considerado saudável para a saúde, devido ao elevado teor de gorduras saturadas que possui.
Diz a investigadora que, na verdade, existem alimentos com os quais as pessoas se devem preocupar mais, até porque “a manteiga não é boa nem má”, tudo depende da quantidade e frequência de uso.
“Se puder substituir a manteiga por óleos à base de plantas mais saudáveis, melhor”, diz a especialista que passou a pente fino um vasto leque de manteigas, margarinas e produtos de origem vegetal e integral.
Para Laura Pimpin, o grande problema são os alimentos com os quais ela é consumida, que geralmente são ricos em carboidratos refinados ou com alto índice glicêmico, como pão branco e batata.
A investigação teve por base a revisão de nove estudos já publicados, com um total de 636 mil participantes de 15 países diferentes e que foram acompanhados entre os 10 e os 23 anos. A quantidade de manteiga consumida era entre um terço de colher de sopa até três colheres de sopa por dia.
Os riscos de morte em geral e de doenças cardíacas e/ou diabetes foram analisados e colocados lado a lado com os vários tipos de alimento analisados, cujo foco estava na avaliação das gorduras existentes (fossem boas ou más).
Assim que foram cruzados os dados, verificou-se que uma porção de manteiga por dia – cerca de 14 gramas, ou uma colher de sopa – estava associado ao aumento de 1% do risco de morte e a uma redução em 4% do risco de diabetes tipo 2, não tendo sido encontrada uma relação entre o consumo desta gordura e o aparecimento de problemas cardíacos.
Conta a NBC News que a equipa de Pimpin conclui que as pessoas que consomem maiores quantidades de manteiga são ligeiramente mais propensas a morrer durante os vários períodos do estudo, podendo, porém, os óbitos estar relacionados com outras questões que não o consumo direto de manteiga (que pode ter um impacto mais ou menos nocivo para a saúde quando conjugado com outros fatores, como a atividade física e a alimentação no geral).