O consumo de adoçantes artificiais em substituição do açúcar provoca o aumento do apetite. A conclusão é de um estudo publicado nesta terça-feira (12) na revista especializada “Cell Metabolism”.
De acordo com uma pesquisa do Centro Charles Perkins da Universidade de Sydney e do Instituto Garvan de Pesquisa Médica, os adoçantes artificiais estimulam a sensação de fome.
Essa substância gera um efeito na parte do cérebro que estimula o apetite e altera as percepções de sabor. Assim, apesar de terem menos calorias, os adoçantes fizeram o peso dos animais estudados aumentar, algo que os cientistas dizem poder atingir também os humanos.
“Depois da exposição crónica a uma dieta com adoçante à base de sucralose, vimos que os animais começaram a comer mais”, disse o professor Greg Neely da Universidade de Sydney, responsável pela pesquisa.
“Descobrimos que dentro do cérebro, a sensação de doce é similar à de conteúdo energético. Quando se perde o equilíbrio entre o doce e a energia por certo período de tempo, o cérebro calibra novamente e aumenta o total de calorias consumidas”, explicou o especialista alertando para as “armadilhas” causadas pelo organismo.
Feito inicialmente com moscas, o estudo mostrou que após serem expostas durante cinco dias a adoçantes artificiais, o consumo de calorias aumentou em 30% relativamente à sua dieta anterior a base de fruta com açúcar natural.
O mesmo aconteceu no caso dos mamíferos: após sete dias a ingerir adoçantes artificiais, os ratos utilizados aumentaram significativamente o consumo de outros alimentos.
“O consumo crónico de adoçante artificial aumenta a intensidade do doce em relação ao açúcar real, levando o animal a comer mais”, explicou o professor Neely.
Diariamente, biliões de pessoas consomem adoçantes artificiais no mundo todo, por vontade própria ou prescritos como tratamento para tratar a obesidade, sem saber que seu impacto no cérebro pode ter um efeito contrário.
Este estudo identifica por que os adoçantes artificiais podem estimular o apetite, um vez que “transmite” ao cérebro uma “falsa necessidade” de comer mais porque não obteve energia suficiente.