As suas famosas escadas serviram de base de inspiração para a escadaria ‘movediça’ da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, por isso é natural que a Livraria Lello, no Porto, seja um ponto de paragem inevitável dos fãs de Harry Potter. Se assim o é diariamente, assim o foi na madrugada deste domingo, dia 31.
A mítica livraria portuense foi literalmente ‘invadida’ por milhares de fãs do mágico mais famoso da literatura. A Lello é já de si pequena, mas com a enchente ficou ainda mais estreita. Por fora estava engalanada a preceito, muito devido aos três meses de obras que sofreu para poder exibir no sábado uma renovada fachada.
No entanto as expectativas do público saíram goradas. Tudo porque ao contrário do que tinha sido difundido inicialmente, a histórica livraria centenária, situada na rua das Carmelitas, não foi o único palco escolhido para o lançamento mundial do mais recente livro da saga criada pela britânica J.K. Rowling.
Nem tão pouco os atores da peça de teatro – que serviu de base para o livro ‘Harry Potter & The Cursed Child – Parts I & II’ – marcaram presença. Muito menos a criadora da personagem, que sim comemorou o seu aniversário durante o lançamento da obra, mas em Londres.
As filas de espera começaram horas antes da meia-noite, altura em que a obra começou a ser vendida ao público. A falta de decoração no interior do edifício, o atendimento dos funcionários e a presença de figurantes em vez dos atores originais desencantaram os clientes.
“Manobras de marketing mentirosas para vender uns milhares de livros mancham uma livraria com tanto prestígio. O tal selo branco que prometiam oficialmente? Os atores (que entretanto foram desmentidos)? E a falta de educação com que me trataram os funcionários da Lello, no interior?”, escreveu um fã de Harry Potter na página do evento que foi criada no Facebook.
“Estou demasiado triste e chocada com a falta de qualidade e profissionalismo que vi ontem da vossa parte. Como é que vocês, que esperavam centenas/milhares de pessoas, prometem tanto e falham tão redondamente? Como é que fazem um espectáculo à porta da livraria, onde quem não estava entre as primeiras quatro filas não via e não ouvia rigorosamente nada? Como é que os atores não tinham microfones? Como é que não colocaram os atores (pelo menos) numa pequena plataforma como aquela onde estavam as poções?”, indignou-se outra fã.
Polémicas e gostos à parte, o que é certo é que houve quem esperasse mais de 30 horas na fila para poder ser dos primeiros a comprar o novo livro, que mais não é do que o guião da peça de teatro escrita por Jack Thorne e baseada numa história original criada por ele, pelo argumentista inglês John Tiffany e pela própria J.K. Rowling.
A peça de teatro está em exibição em Londres, mas os fãs portuenses interpretaram as personagens na cidade onde viveu a autora durante dois anos. Ora veja aqui as fotografias: