A vila de Arouca viveu momentos de angústia com o fogo a aproximar-se do centro da vila, colocando em risco várias casas, nomeadamente a do presidente do clube de futebol da terra.
Ao ver as chamas aproximarem-se da sua habitação, Carlos Pinho pensou que “ía perder tudo”. No entanto, conscientes de que os bombeiros no terreno eram poucos para enfrentar um incêndio desta dimensão, jogadores e treinadores ajudaram no combate.
“Nós somos uma família e ontem mostrámos isso mais uma vez. Fiquei muito feliz por eles terem vindo ajudar. Vieram jogadores, treinadores, até as mulheres dos jogadores andaram a passar água. Fiquei aflito. Achei que ia tudo, que perdia a casa, mas controlámos tudo com as mangueiras e ramos”, relatou Carlos Pinho.
“São situações complicadas e a união faz a força. O clube é uma família, é gerido por uma família, e por ser um meio mais pacato acabamos por criar ligações mais fortes. Nos momentos de aflição, toda a ajuda é pouca. Sei que todos os que puderam estiveram lá a ajudar”, explicou o capitão Nuno Coelho, que tinha ido à Póvoa de Varzim visitar a família, mas que rapidamente regressou a Arouca.
O atleta do clube da I Liga conta que cerca de uma dezena de elementos, entre atletas e técnicos, se juntou após receber uma mensagem do diretor desportivo, filho do presidente, Joel Pinho, a descrever a situação. A mensagem foi partilhada num grupo privado de conversa numa rede social. O grupo esteve durante toda a madrugada de vigia, junto à casa do presidente, e controlou vários reacendimentos, mantendo-se no local mesmo depois da chegada dos bombeiros.
Devido ao fumo e à consequente má qualidade do ar, o plantel do Arouca não realizou o treino previsto para hoje e reagendou os treinos de sexta-feira e de sábado para um campo de treinos fora do concelho, ainda não divulgado.