O sedentarismo parece ser o principal factor de risco ao coração da mulher, elevando as hipóteses de uma doença cardíaca de forma mais intensa do que tabagismo, obesidade e hipertensão, por exemplo. A conclusão faz parte de um novo estudo australiano publicado na última edição da “British Journal of Sports Medicine”.
O trabalho baseou-se nos dados de mais de 30 mil mulheres entre 22 e 90 anos que participaram numa pesquisa nacional na Austrália. Os cientistas analisaram os casos de doença cardíaca entre estas mulheres e avaliaram o impacto de cada factor de risco sobre a condição.
“Antes dos 30 anos, o cigarro tem maior impacto sobre o risco de uma doença cardíaca. Mas à medida que as mulheres envelhecem, muitas deixam de fumar e a inatividade física torna-se o factor de risco dominante para o problema”, afirmou Wendy Brown, professora do Centro de Pesquisa em Exercícios, Atividade Física e Saúde da Universidade Queensland, Austrália, e coordenadora da pesquisa.
Na opinião da professora, esses resultados indicam que mais esforços precisam ser feitos para promover a prática de atividade física entre mulheres de todas as faixas etárias: “Se todas as mulheres com mais de 30 anos seguissem as recomendações sobre prática de exercícios – ou seja, pelo menos 150 minutos por semana de atividade física moderada — a vida de muitas delas poderia ser salva todos os anos”.