Médicos oncologistas do Hospital del Mar, em Barcelona, demonstraram que uma biópsia é insuficiente para determinar o tratamento do cancro do pulmão, sendo necessários novos ensaios clínicos para encontrar terapias alternativas.
O estudo revelado esta semana adianta que uma só biópsia não é suficiente para determinar com precisão o gene chamado “met”, relacionado com o pior diagnóstico do cancro do pulmão, e alerta para a mudança de estratégia usada até agora, tendo como objetivo a personalização do tratamento.
Ao contrário da quimioterapia, que ataca todas as células tumorais, as terapias personalizadas bloquearam os genes específicos relacionados com o desenvolvimento dos tumores, nos quais o gene está implicado.
Desenvolver fármacos para bloquear o gene é uma das terapias que estão a ser estudadas para deter o processo cancerígeno, estratégia que requer um conhecimento preciso de todas as mutações e anomalidades do tumor a nível molecular.
A investigação, que foi apresentada no congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago, foi dirigida por Edurne Arriola, do Serviço de Oncologia do Hospital del Mar e coordenadora da Unidade Funcional do Cancro do Pulmão.
Edurne Arriola explicou que os dados “evidenciam que a determinação do gene ‘met’ pode ser enganosa” se for baseado no estudo de uma única biópsia, procedimento habitual com o cancro do pulmão, acrescentando que recentemente fracassou um dos ensaios com inibidores de ‘met’, possivelmente “devido ao facto de os estudos se terem realizado com apenas uma biópsia”.
Segundo a oncologista, esta investigação também podia ser aplicada a tumores localizados noutras partes do corpo.