A atleta belga Marieke Vervoort, a mesma que o jornal francês ‘Le Parisien’ tinha escrito que iria cometer eutanásia depois dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, nega essa notícia.
Marieke ganhou a medalha de prata nos 400 metros (categoria T52) do Atletismo, no sábado, dia 10, e explicou tudo aos jornalistas.
“Quero que fique bem claro: depois destes Jogos, não me sentarei mais numa cadeira de corrida, mas não vou passar pela eutanásia. Vou-me aposentar [do desporto paralímpico] e aproveitar cada minuto da minha vida com a minha família e os meus bons amigos. Entenderam?”, esclareceu a atleta.
Ainda assim, Vervoot lembrou que “se não tivesse a opção da eutanásia, teria cometido suicídio”.
A atleta, de 37 anos, sofre desde os 14 de uma doença degenerativa. Uma tetraplegia progressiva, que a paralisa da cintura para baixo, aliada a uma distrofia miopática. O que se traduz em dores fortes ao longo dos anos.
Marieke viu o desporto como a sua motivação para viver. Praticou triatlo, mas teve de o deixar devido ao avanço da doença, e foi já na sua cadeira de rodas que se sagrou campeã paralímpica nos 100 metros e foi vice-campeã nos 200 metros, em Londres.
“Países como o Brasil [onde a eutanásia é um crime, com pena de prisão até 20 anos] devem conduzir um debate para que esse assunto não seja mais um tabu. A eutanásia não deve ser considerada um crime, mas algo que possa passar tranquilidade. Se não tivesse essa opção, eu não estaria aqui. Já teria cometido o suicídio”, garantiu.
Na Bélgica essa prática é permitida, mas a autorização, diz, é muito difícil de ser obtida. “Não é como ir a uma loja e comprar algo”, esclareceu.
Marieke volta a competir no sábado, dia 17, na prova dos 100 metros (T52) e depois diz um adeus à sua carreira. No futuro pretende continuar a dar palestras motivacionais.