Off the record

A paixão de Mário Dorminsky pelo cinema

“Almoço na relva” foi o filme que despertou o interesse de Mário Dorminsky para o cinema. Na altura tinha apenas 12 anos e, desde então, passou a ser um consumidor da sétima arte. “Foi a minha primeira paixão da área cultural, porque o cinema é a junção de todas as artes: a literatura, a música, a cenografia… e por aí fora”, conta. Depois foi crescendo e nunca deixou de assistir aos ciclos de cinema na cidade do Porto, frequentando as míticas salas do Lumière e de Carlos Alberto. “O meu pai trabalhava na companhia de seguros Garantia, que na altura eram os donos do Coliseu e tinha bilhetes gratuitos, o que também ajudou, por isso via filmes com muita regularidade”, revela, sem esconder o saudosismo.

O primeiro passo com a ligação ao cinema surge quando entra no Cineclube do Porto e a partir daí, paralelamente com os estudos e mais tarde com a vida profissional, manteve-se sempre ligado a esta arte, primeiramente como cronista em jornais, mais tarde com a criação da revista “Cinema Novo”.  O nome da publicação acaba por dar nome à empresa que há 35 anos organiza o FantasPorto.

Nestes anos de paixão pela sétima arte foi acumulando VHS. “Tenho quase 30 mil VHS, que depois deram lugar aos DVD e agora já estou a comprar em Blue Ray”, refere. À Move Notícias mostrou alguns dos DVD que fazem parte da coleção: “Tenho entre 12 a 15 mil, se contarmos com os filmes que recebemos na Cinema Novo, para fazer a seleção para o festival”.

Mário Dorminsky assegura que assiste a todos os filmes que recebe, mas tem uma técnica: “Quando começo ver um filme se ficar preso nos 10 primeiros minutos é para ver até ao fim, se nesse tempo sentimos vontade de pôr o filme a andar para a frente, significa que vai ser uma seca. Mas para seleção há cinco pessoas que veem os filmes que recebemos e a opinião de todos é que conta”.

Apesar de estar ligado ao festival de cinema fantástico, confessa que não tem um género preferido e que vê todo o tipo de filmes: “O meu género preferido é bom cinema. À partida posso ver um filme que acho que vou gostar, de determinado realizador, e depois fico desiludido ou vice-versa”.

Entre os filmes de eleição estão aqueles que considera intemporais como “Voando Sobre um Ninho de Cucos” protagonizado por Jack Nicholson. Porém, admite que é difícil fazer uma lista dos que mais gosta. “Posso de repente sentar-me a ver um filme da Ginger Rogers e do Fred Astaire e ficar preso, como se o estivesse a ver pela primeira vez. Gosto de Tim Burton do Alfred Hitchcock…” acrescenta. Isto sem esquecer do que se faz por cá. “Há pessoas com muita qualidade e o FantasPorto tem uma secção dedicada ao cinema português. Os filmes têm cada vez mais qualidade e a prova disso são os prémios internacionais que têm vindo a ganhar”.

 

 

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