Estiveram mais ‘afastados’ do público português estes últimos dois anos, por andarem em concertos e gravações de novas músicas por sítios como Los Angeles (EUA) e Xangai (China), ainda que tecnicamente continuassem sempre ligados aos fãs através das redes sociais.
Os Fingertips estão agora a trabalhar num novo conceito de concerto, que pretendem pôr em prática neste regresso – há muito esperado – aos palcos nacionais. A ‘Constellation Tour’ arranca dia 5 de novembro no Estúdio Time Out, em Lisboa, e passa pela Casa da Música, no Porto, dia 20.
Neste retorno à “base”, fomos falar com Rui Saraiva, baixista e autor da maior parte das músicas dos Fingertips, e com Joana Gomes, a atual vocalista, para tentar perceber por onde andaram.
“Estivemos a compor muitas músicas e a viajar para mostrá-las por todo o mundo”, sintetizou Joana, acrescentando que contaram com uma ajuda preciosa.
O produtor e engenheiro de som Mark Needham, que trabalha com bandas como ‘Imagine Dragons’, ‘The Killers’ e ‘Fleetwood Mac’, ajudou a finalizar o processo criativo do primeiro single.
“Estávamos a adorar a canção [‘Out of Control’] mas sentimos que faltava qualquer coisa. Procurámos alguém que fosse externo ao processo criativo e que pudesse trazer um pedacinho de algo novo”, mesmo receosos pela possibilidade de “ele dizer não”.
Não só não ouviram um “não”, como a parceria até se estendeu ao segundo single ‘Kiss Me’. Tudo gravado no estúdio de Needham em Los Angeles, onde aliás foi filmado este último videoclip. O vídeo do primeiro single tinha sido feito em Xangai.
“A mensagem de ‘Out of Control’ é que devemos manter as nossas ideias firmes, independentemente daquilo que a sociedade acha ou não correto. E Xangai tem muita luz, agitação e é uma cidade diferente. Já o ‘Kiss Me’ fala da primeira paixão e optamos então pela energia de Hollywood”, esclareceu a cantora.
Mesmo para quem não acompanhou os vídeos e publicações do grupo na internet, percebe que os Fingertips estão ligeiramente diferentes. Inicialmente tocavam mais pop/rock, agora assumem um “pop mais alternativo”.
“Tem a ver com todas estas culturas diferentes, viagens e concertos que fizemos”, apontou Rui Saraiva, que também revelou que foi tudo gravado em formato documentário.
“Serve para mostrar a vida de um artista: compõe, vai para um hotel, segue para o estúdio, viaja, tem cansaço e alegrias. E mostrar o nosso dia a dia é muito importante para o público que nos segue e tem curiosidade em descobrir isso”, adiantou o compositor.
O documentário ‘Hit the Road’, que inclui depoimentos dos produtores e jornalistas com quem se cruzaram durante esta ‘viagem’ nos últimos anos, vai sair apenas em 2017.
“Queremos incluir os concertos que vamos dar em Portugal”, explicou Rui, mostrando de seguida a importância do público para os Fingertips.
Se antes “compúnhamos um disco e lançávamos”, agora lançam músicas, tocam-nas nos concertos e vão “modificando consoante a reação do público”.
Por isso é que será lançado um EP, em vez de um álbum tradicional, quando decidirem que têm músicas suficientes – que serão entretanto lançadas separadamente – para juntar num novo trabalho.
As canções novas e as “músicas da história da banda” – quando Zé Manel, atualmente ‘Darko’, era o vocalista – farão parte do alinhamento dos próximos concertos em Portugal.
“No fundo aproximaram as pessoas dos Fingertips há muitos anos e vão querer continuar a ouvi-las, por isso vamos continuar a tocá-las”, desmistifica a nova voz deste grupo, que nasceu em Viseu em 2003 e que já se faz ouvir pelo mundo.
Fotos: José Gageiro